O saldo da criação de empregos em julho é o menor para o mês desde julho de 2003. A criação líquida anual de postos de trabalho também vem caindo desde 2010. A taxa de desemprego fechou em 5,6%, em julho, maior do que os 4,6% registrados em dezembro de 2012. É preciso observar também que, em julho, o emprego na indústria teve queda de 0,8% em comparação com o mesmo mês do ano anterior. É a 22ª queda consecutiva nesse tipo de comparação.
A produção industrial, a produção industrial caiu 2% de junho para julho. Em São Paulo, a queda foi de 4,1%.
O saldo da criação de empregos em julho é o menor para o mês desde julho de 2003. A criação líquida anual de postos de trabalho também vem caindo desde 2010. A taxa de desemprego fechou em 5,6%, em julho, maior do que os 4,6% registrados em dezembro de 2012. É preciso observar também que, em julho, o emprego na indústria teve queda de 0,8% em comparação com o mesmo mês do ano anterior. É a 22ª queda consecutiva nesse tipo de comparação.
A produção industrial, a produção industrial caiu 2% de junho para julho. Em São Paulo, a queda foi de 4,1%.
Os efeitos da crise foram postergados pela ampliação do crédito, do endividamento generalizado e da redução de impostos para as empresas. Mas estes foram os mesmos mecanismos que provocaram a crise nos EUA e na Europa. E que aqui começam a dar seus sinais.
A Mercedes anunciou o fechamento da fábrica de SBC
No ultimo domingo (15/09), em São Bernardo do Campo, 7 mil trabalhadores reuniram-se em assembleia do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC para iniciar a luta contra a ameaça de transferência da planta da Mercedes-Benz para a cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais. No final de agosto a empresa já tinha colocado 300 trabalhadores de licença remunerada.
Essa ameaça da Mercedes tem relação direta com a crise, os capitalistas buscam de todas as formas diminuir os custos da produção, especialmente o custo da mão de obra, para manter suas taxas de lucro. Os operários do ABC arrancaram diversas conquistas graças a uma história de grandes lutas. Agora, a Mercedes tenta mudar o local de produção para contratar trabalhadores com salários mais baixos e direitos reduzidos.
Este caso é exemplar. Se por um lado a taxa de desemprego não está alta no Brasil, por outro, a renda média da população vem caindo. O que ocorre é que os empregos criados, em sua maioria, são de pior qualidade em relação aos que estão sendo fechados.
Lutar ou colaborar?
As mobilizações de junho contaram com a massiva participação da juventude e a simpatia da classe trabalhadora. Uma grande lição dessas manifestações é que quando existe luta de massas, os governos e a burguesia tremem e recuam, como tiveram que recuar do aumento das tarifas do transporte. Agora, os trabalhadores tem pela frente a tarefa de encabeçar as novas mobilizações para conquistar suas reivindicações.
As direções tradicionais do movimento operário estão imersas em uma política de colaboração de classes que serve como freio para as mobilizações. O diretor do sindicato dos metalúrgicos, Valter Sanches, declarou sobre o caso da Mercedes: “Vamos discutir o que for necessário para reduzir custos, melhorar a competitividade da empresa, mas não sai nenhum parafuso desta fábrica que não seja negociado e tenha outro para repor no lugar”.
Colaborar com os patrões para “reduzir custos” e “melhorar a competitividade da empresa”, não são tarefas que cabem a um dirigente sindical. Ele não foi eleito para ajudar o patrão a administrar sua fábrica. Mas sim para arrancar as conquistas, contra os interesses dos patrões, organizando e mobilizando os operários.
Esta política é a mesma que em 2006 fez o sindicato de São Bernardo aprovar na marra um Plano de Demissão Voluntária (PDV) na Volkswagen, um plano que previa a demissão de 3,6 mil funcionários. Na assembleia que “aprovou” o acordo, o então presidente do sindicato, José Lopez Feijó, teve que sair escoltado para não apanhar dos trabalhadores revoltados com suas manobras.
Sem romper esta colaboração com os patrões, a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e a própria CUT, não cumprirão seu papel de defesa intransigente dos postos de trabalho. A CUT e os sindicatos deveriam mobilizar as bases de forma unitária, utilizar greves e ocupações de fábricas em defesa dos empregos, pelo atendimento das reivindicações, e cobrar do governo federal sua responsabilidade.
Ouvir a voz das ruas e não a voz dos patrões
O governo Dilma, deveria de fato ouvir a voz das ruas e não anunciar, como fez em 7 de setembro, novas privatizações de portos, aeroportos, rodovias e ferrovias, além dos leilões das bacias de petróleo. A política de colaboração de classes tem servido a uma só classe, aos capitalistas. Sua obrigação seria editar uma Medida Provisória determinando que empresas que ameaçarem com demissões serão estatizadas pelo governo. Mas, enquanto o PT não romper essa vergonhosa coalizão com os partidos de direita e voltar a apoiar-se nas mobilizações do movimento operário, popular e da juventude, isso não vai acontecer, obviamente. E tudo terá que ser conquistado na luta, como sempre.
Esta é a única perspectiva realista em SBC. O sindicato tem que mobilizar não só a Mercedes, mas toda a categoria metalúrgica para defender os empregos na Mercedes. Se não o fizer amanhã será outra montadora a se deslocar e demitir. Ou a Mercedes recua ou os metalúrgicos tem que entrar em greve e ocupar a fábrica exigindo de Dilma a sua estatização.
Fim de ano quente
Neste fim de ano a classe trabalhadora estará em cena com seus métodos de luta. Teremos greves de bancários e correios, campanhas salariais de diversas categorias, como metalúrgicos, químicos, vidreiros, entre outras, que prometem esquentar o semestre. Quase todas vão enfrentar o governo como patrão direto e só a mobilização unitária pode levar à vitória. O governo vai novamente ouvir a voz das ruas.
A Esquerda Marxista estará ao lado dos trabalhadores nessas lutas, defendendo a unidade da classe frente à vergonhosa divisão imposta por reformistas e ultraesquerdistas, defendendo o combate independente pelas reivindicações e buscando explicar a necessidade de luta contra esse sistema decadente baseado na exploração da classe trabalhadora. Nossa luta é pela construção da organização revolucionária, por um Governo Socialista dos Trabalhadores, no Brasil e no mundo.