Segundo o jornal Folha de São Paulo, de 07/09/11, o companheiro Lula, presidente de honra do partido, agora decidiu inviabilizar os esforços do PT de Porto Alegre de retornar a prefeitura.
Com o título de “Lula promete empenho por candidatura de Manuela em Porto Alegre” o jornal afirma que “O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ao presidente do PC do B, Renato Rabelo, que se empenhará pessoalmente para garantir o apoio do PT a dois candidatos do partido nas eleições de 2012: Manuela D’Ávila (Porto Alegre) e Flávio Dino (São Luís)”.
Parece brincadeira de mau gosto. Depois de ter detonado a candidatura do PT ao governo de São Paulo, em 2010, lançando e defendendo apoio a Ciro Gomes (PSB) em detrimento de candidatura própria, até poucos meses das eleições paralizando o partido, agora está mirando no PT gaúcho.
Não bastou rachar o PT do Maranhão no meio apoiando a filha do Sarney para governadora, literalmente desagregar o PT de Minas apoiando Anastásia (que é PSDB disfarçado de PSB) para a prefeitura e depois o reacionário Hélio Costa, do PMDB, para o governo estadual. Lula agora está empenhado em fazer todo mundo esquecer a vitória de Tarso Genro no 1º Turno para governador do Rio Grande do Sul. É como se o PT gaúcho fosse fraco, não existisse, ou não tivesse nomes para disputar a prefeitura.
Em São Paulo, atualmente Lula está dedicado a lançar Fernando Haddad, o ministro da Educação, como candidato a prefeito. E como sempre o fez, pela imprensa, ignorando completamente o partido, suas discussões e os pré-candidatos já existentes. Acontece que Haddad tem 1% de apoio enquanto todos os outros nomes são mais fortes. Como o de Marta Suplicy, que está em 1º lugar, longe do 2ª colocado, mesmo se este for Serra (PSDB), ou de Zaratini, ou Jilmar Tato, etc.
Após desmoralizar o PT do Rio de Janeiro apoiando o governador “Caveirão” Sergio Cabral (PMDB), apoiar Eduardo Campos (PSB) em Pernambuco, agora começa uma ofensiva para desmontar uma das mais militantes e fortes seções estaduais do PT em todo o Brasil. Com esta política se descaracteriza e se prepara a dissolução do PT como partido de classe, como partido dos trabalhadores.
Acontece que no RS a corrente de Lula (CNB) é minoritária. A palavra está com a DS e Tarso, que compõe a Mensagem ao Partido, com a AE e Movimento PT. Mas, também depende da coprrente liderada por Olívio Dutra, a nova tendência formada a partir da fusão da TM, do último racha da AE, e outros grupos regionais).
O fato é que se não houver a articulação nacional de uma resistência forte à política de alianças com os partidos burgueses e de submissão do PT a qualquer suposto aliado, com a reafirmação de candidaturas próprias em todos os lugares, o PT caminha para agravar a crise de identidade que o atinge a partir da política da maioria da direção.