Nos EUA segue sendo gestada a mais gigantesca e monumental catástrofe que ameaça arrastar atrás de si o conjunto da economia global. Segundo a Agencia Estado (dia 14 de outubro) “Estão 2 milhões de funcionários públicos sem salário. Repasses a cidades e Estados foram suspensos. Escolas mantidas pela União cerraram suas portas.
Nos EUA segue sendo gestada a mais gigantesca e monumental catástrofe que ameaça arrastar atrás de si o conjunto da economia global. Segundo a Agencia Estado (dia 14 de outubro) “Estão 2 milhões de funcionários públicos sem salário. Repasses a cidades e Estados foram suspensos. Escolas mantidas pela União cerraram suas portas. Enfim, tudo aquilo que depende de dinheiro da União parou de funcionar”. A paralisia de todos os órgãos governamentais tem uma estreita relação com a crise mundial e está diretamente ligada ao impagável e crescente endividamento. (na foto senhora pede esmola para amainar sua fome)
A fração Tea Party do Partido Republicano se recusando a aceitar a elevação do teto de endividamento e não querendo o Obamacare (plano de assistência médica proposto pelo governo), bloqueou a votação do Orçamento.
Alguns jornalistas e economistas reduzem a atual situação a uma aparente queda de braço entre o Tea Party e Obama. Na verdade, o país está quebrando, e a bancarrota ainda não chegou apenas porque a cada 6 meses o Senado e governo realizam frágeis negociações que permitem a elevação do endividamento com emissão de dinheiro para saldar as dívidas com os credores. A burguesia está unida sobre a questão de despejar o peso da dívida nas costas dos trabalhadores. Mas não está unida sobre se deve arrancar a pele das massas de uma só vez e sem soprar, ou se utiliza de medidas limitadas e compensatórias (Plano Médico) enquanto realiza o escalpo dos trabalhadores.
No dia 17 (hoje) o teto de endividamento terá atingido o limite, no patamar de US$ 16,7 trilhões. Se Republicanos e Obama não chegarem a um acordo, sem elevar esse teto, o Orçamento poderá até ser aprovado, mas o governo não poderá mais fazer dívidas para pagar os credores e isso impulsionará toda a engrenagem em direção ao travamento total. O dia D pode ser hoje!
Mas os republicanos querem esse travamento? A questão não é bem essa. Se aprovam a elevação do teto a quebradeira estará apenas sendo empurrada para mais adiante e com consequências graves que se acumularão. Para pagar as dívidas e vender títulos o governo seguirá imprimindo papel moeda e isso irá arrastar, cedo ou tarde, tudo ao abismo, incluindo China, Brasil e vários outros países.
Para que se tenha uma ideia do que está por acontecer basta verificar que mais de um terço das reservas da China estão ancoradas em reservas do tesouro nos EUA e somam 4 trilhões de dólares. As reservas do Brasil estacionadas no tesouro norte-americano somam 256 bilhões de dólares. Esse fenômeno ocorre com dezenas e dezenas de outras economias. A inadimplência dos EUA afetará negativamente o mundo.
Todos parecem estar tranquilos, de verdade estão assustados e falam coisas sem nexo. Obama declarou no dia 13 que “Essa paralisação é completamente desnecessária. Parece que houve um avanço nas negociações no Senado, com os republicanos reconhecendo que não é lógico, não é inteligente, não é bom para o povo americano deixar que o país declare default”.
Em seguida disse: “Se não houver um acordo nós temos uma boa chance de declarar default”. Ou seja, declarar a inadimplência. Se isso ocorre, centenas de empresas que mantém negócios com o governo deixarão de receber, deixando de receber deixarão de investir, deixando de investir haverá demissões e quebra de consumo e toda a rede capitalista globalizada despencará.
Nestes 15 dias durante os quais o governo está parado o consumo vem caindo vertiginosamente, os servidores não recebendo salários deixam de comprar, deixam de consumir. Várias fábricas estão produzindo com a capacidade em torno de 43%. A miséria pode ser vista abertamente nas ruas.
Até mesmo monumentos tidos pelos norte-americanos como símbolos sagrados estão fechados, parques, estátua da Liberdade, cemitério dos soldados combatentes na Segunda Guerra. Em frente à Casa Branca milhares de manifestantes realizaram concentração e ato, a polícia apenas acompanhou de longe os acontecimentos. A raiva se acumula e a necessidade da construção de um partido dos trabalhadores é cada vez mais urgente.
No Brasil
Apesar dos incentivos fiscais, desonerações, dinheiro dado pelo governo aos banqueiros e aos empresários, privatizações, a situação não anda nada boa.
O Brasil gerou 1,148 milhão de postos de trabalho com carteira assinada no ano passado. Isso significa uma queda de 48,8% em relação às vagas geradas em 2011, que foram de 2,242 milhões.
Segundo Rodrigo Lobo, economista da coordenação de indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) “o emprego industrial intensificou o ritmo de queda no mês de agosto, com uma taxa de -0,6% em relação a julho deste ano, no maior recuo desde abril de 2009 (-0,7%)”.
A alta acumulada do emprego nos primeiros 4 meses na indústria era de 0,2%. Nos quatro meses seguintes a tendência se inverteu acumulando queda de 1,3% de maio a agosto. O IBGE informa que em relação ao mesmo mês do ano anterior, o emprego caiu consecutivamente pela 23ª vez, em -1,3%. Em agosto o nível de emprego é 4,3% menor do que o pico histórico, registrado em julho de 2008.
O único setor da economia brasileira que cresceu em 2012 foi o de serviços, com alta de 1,7%. A agricultura apresentou uma queda de 2,3%.
Mesmo com as várias medidas de estímulos adotas pelo governo ao longo de 2012, o PIB brasileiro apresentou um crescimento fraco, sendo o pior desde 2009 (auge da crise econômica mundial), quando apresentou queda de 0,3%.
Mas a presidente Dilma, seguindo a vida amorosa com as coligações com os partidos da burguesia e com sua cabeça alimentada pela propaganda enganosa afirmou: “Temos cuidado da solidez macroeconômica e mobilizado instrumentos para estimular a produção industrial e fomentar o desenvolvimento tecnológico e a inovação, tudo com o objetivo de elevar a competitividade da nossa indústria, para que ela prossiga crescendo, gerando emprego e gerando renda”.
No entanto a realidade se impõe. O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento da Indústria (Iedi) já perdeu a esperança de uma recuperação da indústria ainda este ano: “A maior fragilidade desse desempenho encontra-se no emprego. Pela quarta vez consecutiva, o número de ocupados na indústria caiu. Após as retrações de 0,4%, 0,1% e 0,2%, respectivamente, em maio, junho e julho”.
Nossa batalha contra esta situação segue sendo pelas reivindicações e pela destruição do capitalismo. O regime da propriedade privada dos meios de produção não pode mais trazer nenhuma soma de felicidade para a humanidade.
Em todas as lutas defendemos a necessidade da construção da organização independente para abrir a via à luta pela tomada do poder e pela construção do socialismo.
Derrubar as privatizações! Nas ruas impor a derrota ao Leilão de Libra!
Apoio às greves e manifestações! Derrotar a crise!