O cotidiano dos trabalhadores tem tido cada vez mais expressões de barbárie social. A pandemia aprofundou as desigualdades e, aos trabalhadores, diante da ausência de uma oposição frontal ao governo e a necessidade imperativa do lockdown, resta a exposição ao vírus nos transportes coletivos lotados, nos galpões das fábricas, amontoados uns sobre os outros, ou morrer de fome.
Na agenda de destruição das forças produtivas, a força de trabalho é alvo dos principais ataques da burguesia. O dia 28 de abril, é reconhecido como o Dia da Educação. Apenas alguns dias antes, a câmara aprovou o PL5595/20, que regulamenta a educação básica e superior, como serviço essencial. Qual o significado disso? Que durante a pandemia, as aulas presenciais não podem ser interrompidas.
Desde que a pandemia começou, os educadores e trabalhadores da educação têm se desdobrado com as chamadas aulas remotas. Um processo improvisado e precário, onde a exploração se aprofundou. Afinal, um mesmo professor atende um número maior de educandos, sem precisar se locomover, e, com a falácia de um “retorno gradual e seguro”, estão sendo obrigados a combinar jornadas híbridas de trabalho, em casa e na escola, se expondo ao risco de perder suas vidas.
O PL5595/20 é a síntese de uma lógica burguesa de educação em que a linha de produção não pode parar. Entendem a educação como uma instrumentalização, cujo único objetivo é preparar mão de obra barata para o mercado.
Nas universidades federais, a imposição desse retorno vem acompanhada de cortes no orçamento. Conhecemos as péssimas condições em que se encontram as escolas públicas de ensino básico e médio. Em Minas Gerais, por exemplo, o governo Zema (Partido Novo), quer impor um sistema de parcerias com empresas privadas, para administrar a escola, destruindo o que ainda resta da educação pública.
O projeto, que agora está no Senado, não estabelece quais os critérios “para uma volta segura”. O que afirmamos é que, não há protocolo de segurança e, voltar agora, significa aumentar o número de infectados e de mortes. Não há segurança, só quem não conhece a realidade da escola fala em “retorno seguro”.
Os governos foram obrigados a tomar providências para enfrentar a crise econômica e sanitária, mas só levaram em consideração, as garantias de mais lucros para os conglomerados econômicos.
Defendemos o ensino PÚBLICO, GRATUITO E PARA TODOS! Não podemos ficar submetidos à lógica patronal e nem dos governos que gerenciam seus negócios. Enquanto esses ataques se aprofundam, a burocracia sindical dorme, esperando eleições em 2022, num isolamento, que serve como pano de fundo, para o imobilismo. Apostam numa Frente Ampla, em que as bandeiras históricas dos trabalhadores serão rasgadas ou enroladas em nome do combate a um “mal maior”.
Temos de nos organizar para pôr abaixo o governo Bolsonaro e todos os seus administradores locais. É preciso organizar na base a luta contra o retorno às aulas presenciais sem vacina para todos, exigindo vacinação imediata e massiva já, lockdown e garantia de seguro-desemprego a todos os trabalhadores e que tenhamos condições de manter nossos estudos e trabalho remotos enquanto todos não estejam vacinados!
Participe do Encontro Nacional de Luta Abaixo Bolsonaro que será realizado no dia 10 de julho e que já conta com mais de 1000 assinantes em sua convocatória!
Convoque você também e vamos lutar juntos!