Uma referência para desmistificar as falsificações propagadas por meio da imprensa comercial burguesa e por uma série de seitas religiosas.
Nota da edição: O papel jogado pelo Estado de Israel e o significado dos conflitos no Oriente Médio têm sido alvos permanentes de falsificação, tanto por parte da imprensa comercial burguesa, quanto por uma série de seitas religiosas. Com esta resenha, oferecemos uma referência para a busca da verdadeira história e da real situação vivida na região. O livro de Norman Finkelstein está esgotado, podendo ser encontrado em sebos e por meio da internet.
[FINKELSTEIN, Norman G. Imagem e Realidade do Conflito Israel e Palestina. Trad. Clóvis Marques. Rio de Janeiro: Record, 2005.]
Norman G. Finkelstein é professor de Ciências Políticas na Universidade De Paul, em Chicago e estudioso do sionismo. Sua tese de doutorado na Universidade de Princeton tem por objeto a teoria do sionismo. Apesar de ser filho de judeus sobreviventes do holocausto, em 2008 foi proibido de entrar em Israel durante dez anos, devido ao seu combate contra o sionismo.
O livro derruba os mitos que fundamentam o sionismo. O autor faz uma ampla investigação a partir da análise crítica e da desconstrução dos chamados historiadores revisionistas, que tentaram montar uma história construída a partir de mitos, mentiras e fraudes para justificar tanto a criação do Estado de Israel, como as atitudes violentas dos seus líderes.
O sionismo surge como retrocesso ao próprio liberalismo político que tem no indivíduo a unidade irredutível do Estado. Para os sionistas um grupo cultural possui vínculos mais fortes que unificam uma comunidade e excluem outras. Esse grupo, no caso os judeus, para que mantenham tais vínculos, precisam de um Estado.
Tal ideologia não sustenta apenas a defesa do Estado de Israel, foi um dos suportes do Terceiro Reich.
Norman Finkelstein, ao analisar a historiografia sionista, encontra uma série de outras semelhanças no tratamento de Israel sobre a Palestina com a Alemanha nazista sobre a Europa Oriental, os Ingleses sobre os povos indígenas da América e os holandeses sobre a África do Sul.
A política de Israel sobre o povo palestino, embora toda a propaganda sionista, muito bem recebida pelas grandes empresas de comunicação do mundo inteiro, se constitui em uma política de extermínio, verdadeiro genocídio. A propaganda sionista costuma alegar que os massacres provocados por Israel se constituem em reação aos ataques terroristas intentados por grupos palestinos.
O livro de Finkelstein derruba mais esta farsa. Israel nunca teve qualquer disposição para a paz, muito pelo contrário, foi esse Estado que invadiu territórios que não lhe pertence, descumpre normas internacionais e mina na maior medida do possível as negociações diplomáticas.
* Luiz Gustavo Assad Rupp é advogado, professor universitário, membro do Centro dos Direitos Humanos (CDH) em Joinville e militante da Esquerda Marxista.