Um vídeo gravado por câmera da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), na noite desta quarta-feira (16), mostrou o deputado estadual Fernando Cury (Cidadania) passando a mão no seio da deputada estadual Isa Penna (PSOL) durante sessão extraordinária para votar o orçamento do estado. Pelas imagens, é possível ver Cury conversando com outro deputado. Depois, ele faz um movimento em direção à deputada Isa Penna, que está apoiada na mesa diretora da Casa, e volta a conversar com outro parlamentar, que tenta segurá-lo, mas se dirige novamente à deputada. Cury, então, para atrás da deputada apalpando seu seio e ela imediatamente tenta afastá-lo. Segundo nota da deputada, ela e outras parlamentares já foram assediadas em outras ocasiões.
Como relata Isa Penna, esse não é um caso isolado, muitas parlamentares sofrem casos cotidianos de assédio e machismo dentro dessas instituições, o que nos leva a pensar que se um ato como esse acontece com tanta naturalidade dentro de um ambiente público e controlado por câmeras, imagina o nível de violência e assédio vivido pela totalidade das mulheres em seus lares, ambientes de trabalho, transporte e espaços públicos. Esta se torna mais uma pressão material que dificulta o desenvolvimento de uma atuação política da mulher na sociedade, na vida pública e nos espaços de trabalho.
No mesmo plenário em que comete o crime de assédio, Fernando Cury, em atitude machista e hipócrita, se desculpou por “abraçar” a colega e negou as acusações, mesmo estando registradas em vídeo. Essa atitude de negação cínica se repete em outros casos semelhantes que se tornaram públicos. O que apenas explicita que o Parlamento (assim como o Judiciário), é uma instituição de representação burguesa, ou seja, um dos pilares de sustentação da sociedade capitalista, que estimula e se utiliza da violência de gênero como manutenção da lógica de exploração. Portanto, uma instituição reprodutora de toda forma de opressão do sistema, como o machismo e o racismo, por exemplo.
Não devemos nutrir ilusões nessa instituição, que é o balcão de negócios da burguesia contra a classe trabalhadora, ficando cada dia mais explícita e nojenta a sua atuação na sociedade!
Nós, do Movimento Mulheres Pelo Socialismo (MPS), defendemos a luta pela emancipação da mulher da classe trabalhadora atrelada à derrubada desse sistema que perpetua o assédio, o machismo e a violência contra as mulheres. Devemos combater o machismo em todas as suas formas agora e com urgência. Porém, é essencial ter clareza que sem estratégia revolucionária, ou seja, sem derrubar esse sistema, o fim da violência contra a mulher nunca será alcançado. Repudiamos a ação do deputado Fernando Cury e defendemos a derrubada desse governo e suas instituições, pela construção de um governo dos trabalhadores. Junte-se ao MPS em nossas atividades de formação e debate contra a opressão da mulher no sistema capitalista.
- Todo apoio à deputada estadual Isa Penna!
- Pela cassação do mandato de Fernando Cury!
- Abaixo o machismo e o racismo! Por uma sociedade livre, sem violência contra a mulher!
- Fora Bolsonaro, por um governo dos trabalhadores, sem patrões nem generais!