Trabalhador morre em Belo Monte e operários declaram greve geral na obra

 
Trabalhadores reunidos na manhã desta quinta-feira, 29. Foto: Ruy Sposati
De tragédia em tragédia, enquanto a CUT e Dilma se unem aos empresários, para supostamente defender as empresas e os empregos, morre um operário na construção da usina de Belo Monte. Os trabalhadores entraram em greve. Mas quem liga para eles? 
 
Os dirigente da CUT que já colocaram panos quentes nas mobilizações de Jirau, agora realizaram junto com o governo e empresários, manifestação conjunta em Porto Alegre, dizem que vão colocar 100 mil pessoas no dia 4 de abril na Av. Paulista em São Paulo, FIESP E CUT! Dá para aceitar isso?
 
A santa aliança entre trabalhadores, suas entidades, patrões e governo, só pode levar a uma coisa: mais desemprego, mais arrocho, mais cortes e mais mortes no campo e na cidade, nas fábricas, nas minas, usinas e construções. A CUT se ergueu e se construiu contra toda essa sujeira patronal. A direção da CUT não pode teimar em querer se juntar aos inimigos para combater os inimigos! Isso contraria regra de combate de classes. É dar a corda para o inimigo nos enforcar!
 
Jirau parou, Belo Monte parou, e a CUT quer salvar o capital! A direção Cutista deveria seguir o exemplo dos trabalhadores de Jirau e Belo Monte, isso sim ajudaria a defender os empregos no enfrentamento da crise que se desenvolve e foi criada pelos patrões.  


Nossa solidariedade aos trabalhadores de Belo Monte e aos familiares do operário que faleceu!
 
Leiam a reportagem do Repórter Brasil a quem agradecemos.
 

Repórter Brasil 

http://www.reporterbrasil.org.br/
 
Operários que trabalham na construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, maior obra em curso do país, declararam greve geral na manhã desta quinta-feira, 29 de março. Eles reivindicam melhores salários e condições de trabalho. O clima de insatisfação já era generalizado desde o começo da semana e se agravou com a morte do operador de motosserra Francisco Orlando Rodrigo Lopes, atropelado por uma retroescavadeira na tarde de quarta-feira, 28. Os trabalhadores estimam que 5 mil aderiram à greve e afirmam que a obra foi interrompida. A assessoria de imprensa do Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM) diz que a empresa não recebeu pauta de reivindicações e não há uma estimativa do alcance da paralisação, mas que a obra não foi paralisada na sua totalidade (leia a nota enviada pelo grupo). 
 
A greve em Belo Monte soma-se às paralisações em andamento nos canteiros de obra das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia, onde 43 mil estão parados, e é mais um episódio da crise que afeta o setor. Menos de um mês após a assinatura do Compromisso da Construção, problemas graves persistem nas grandes obras, para as quais o acordo foi pensado. As denúncias de violações trabalhistas e reclamações continuam nos canteiros das empreiteiras que participaram do acordo, apresentado pelo Governo Federal como documento que serviria como base para uma mudança de paradigma no setor. O consórcio responsável por Belo Monte é capitaneado pela Andrade Gutierrez, construtora que está entre as que assinaram. Segundo a assessoria de imprensa, a empresa não se posiciona separadamente sobre Belo Monte e todas as informações relativas à greve devem ser obtidas junto ao CCBM. 
 
No tocante ao salário, além de pedirem reajustes, os operários de Belo Monte reclamam de cortes e mudanças no pagamento das horas no deslocamento até a cidade, no itinerário. Os trabalhadores alegam que a empresa deixou de pagar o valor correspondente ao tempo perdido no percurso, o que, para alguns, representou cortes de até R$ 600. A mudança estaria ligada à transferência de trabalhadores da cidade para os canteiros de obras, o que tornaria desnecessário o custo. Questionada sobre a mudança, a assessoria de imprensa do consórcio afirmou não poder se posicionar porque a empresa não recebeu ainda a reclamação por meio dos sindicatos, de maneira oficial. Um dos pontos previstos no Compromisso da Construção é a presença permanente de representantes dos trabalhadores nos canteiros, de modo a agilizar as negociações e diminuir a possibilidade de paralisações.  
 
Além de reclamaram do valor que têm recebido os trabalhadores também manifestaram insatisfação em relação à maneira como os salários são pagos. Segundo relato ouvido por Ruy Sposati, jornalista do Movimento Xingu Vivo, articulação formada para denunciar os impactos sociais e ambientais da obra, o último depósito foi feito em uma discoteca. “Tratam a gente que nem bicho… Ficam 5 mil trabalhadores numa fila enorme, entra de seis em seis [no escritório provisório]. É muito inseguro, eles dão o dinheiro na nossa mão. Conheço três que foram roubados logo que saíram de lá”, afirmou o trabalhador.