UFRGS corta bolsa de estudantes que não “trabalharam” durante as enchentes: era de se esperar outra coisa vindo da reitoria interventora?

Durante a situação de calamidade pública que devastou o Rio Grande do Sul, nas enchentes de maio deste ano,  a reitoria interventora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) decidiu descontar o pagamento das bolsas de monitoria dos estudantes. A justificativa da reitoria é que os estudantes não “trabalharam” durante esse período, portanto não teriam direito aos valores.

As bolsas de monitoria atribuem tarefas de apoio às atividades de ensino aos alunos mais experientes nas disciplinas, e também têm o propósito de servir de fonte de renda para permanência de alunos carentes nos cursos de graduação. O Ministério Público Federal já se manifestou dizendo que os valores das bolsas de monitoria recebidos pelos estudantes são considerados “verbas alimentares”.

O Ministério Público Federal (MPF), oportunamente, manifestou-se, no dia 16 de agosto, a fim de que a UFRGS reavalie o desconto das bolsas. No entanto, o pedido não foi atendido. Uma ação civil pública expõe que não houve suspensão ou desconto de nenhum outro pagamento. Isso é injusto! Como podemos tolerar tal medida tão sórdida com os alunos? A bolsa custeia a alimentação dos estudantes, colocando-os em uma posição limitada da busca de sua própria subsistência para suprir a falta de compromisso que a universidade tem com eles. Era de se esperar outra ação partindo da reitoria da UFRGS? 

Tamanha falta de consideração com a permanência dos bolsistas é lastimável. Muitos estudantes, já fragilizados após a enchente e enfrentando despesas crescentes, foram pegos de surpresa com o corte das bolsas sem qualquer aviso prévio. Isso demonstra um descaso enorme por parte da reitoria de Bulhões e Pranke. Como um dos alunos afetados destacou: “A sensação é de exploração mesmo, porque, independentemente de receber ou não, você precisa continuar trabalhando.” Isso mostra o distanciamento que a reitoria possui, bem como a falta de respeito pelas dificuldades enfrentadas pelos alunos Não podemos tolerar tamanho desrespeito!

Devemos exigir que a nova reitoria eleita pela comunidade e empossada pelo governo Lula, reverta essa decisão do ex-reitor interventor, mantendo as bolsas monitorias no seu valor integral para os estudantes afetados pela calamidade e que aumente o valor acima dos insuficientes R$ 400.

Nós comunistas combatemos toda a exploração da classe trabalhadora. Some-se a Organização Comunista Internacionalista (OCI) para a luta por uma universidade pública gratuita e para todos, que forneça as condições dignas para o estudo, a pesquisa e a extensão, visando atender as necessidades da classe trabalhadora. 

Abaixo capitalismo!

Pela manutenção do valor integral de todas as bolsas monitorias!

Pelo aumento do valor das bolsas monitoria!

Viva o Comunismo!