Por que um dossiê contra o stalinismo?

Apresentamos a seguir a introdução da nova América Socialista – Em Defesa do Marxismo, revista teórica da Organização Comunista Internacionalista (OCI) e instrumento de combate político e financiamento militante. Convidamos nossos leitores a consultar o índice desta edição e a fortalecer esta ferramenta da luta revolucionária adquirindo seu exemplar com um militante da OCI.

A edição 26 da América Socialista – Em Defesa do Marxismo, que está em suas mãos, é dedicada a denunciar os crimes do stalinismo.

Hoje, isso se torna uma necessidade latente, pois observamos, no mundo e também no Brasil, uma crescente busca da juventude pelas ideias do marxismo, do socialismo e do comunismo. Esse movimento cria uma necessidade ímpar de compreender o significado histórico e social do maior feito dos trabalhadores na história da humanidade: a Revolução Russa de 1917 — sua ascensão e seu declínio com a degeneração stalinista.

No entanto, muitas organizações de esquerda, historiadores e até mesmo “influenciadores” da atualidade relativizam o papel nefasto que o stalinismo exerceu. Esquecem que ele se constituiu como a antítese das genuínas ideias do comunismo.

Por isso, é fundamental trazer à tona documentos públicos que evidenciem as atrocidades cometidas e a utilização criminosa da palavra “comunismo” para justificar os crimes de Stalin.

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Os documentos selecionados e os textos de análise nesta edição mostram desde a política adotada pelos Partidos Comunistas até os métodos empregados para a eliminação física de todos aqueles que passaram pela Escola da Revolução — ou seja, os quadros que participaram ativamente da Revolução de 1917 — e as consequências desse processo para as mais amplas camadas dos povos que constituíram a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), consequências essas que ainda hoje se refletem, como no caso da guerra da Ucrânia.

Num momento em que os jovens, em todo o mundo, se levantam contra o sistema e contra a degradação humana em todas as suas formas — sendo a guerra a mais brutal delas —, é comum que busquem na história oficial o significado do comunismo. Por isso, é dever dos comunistas garantir que a palavra “comunismo” não seja, em nenhum momento, confundida com o stalinismo e, por meio dos veículos independentes da nossa classe, oferecer material que sirva de base para a formação das novas gerações — propósito ao qual se dedica a presente edição da América Socialista – Em Defesa do Marxismo.

Vale ressaltar que, durante décadas — e hoje mais do que nunca —, a propaganda do establishment faz um trabalho incansável para confundir os horrores do stalinismo com o comunismo. Nada poderia ser mais criminoso. A maior falsificação da história do bolchevismo, iniciada com os Processos de Moscou, ainda hoje ecoa. É preciso lembrar as palavras de Trotsky em 1936 para compreender a urgência de defender as genuínas ideias do comunismo e do bolchevismo — e, por isso, denunciar os crimes do stalinismo:

“O atual expurgo traça não só uma linha de sangue entre o bolchevismo e o stalinismo, mas todo um rio de sangue. A aniquilação de toda a geração dos velhos bolcheviques, de uma parte importante da geração intermediária que participou da guerra civil, e da parte da juventude que assumiu seriamente as tradições bolcheviques, demonstra que existe uma incompatibilidade total entre o bolchevismo e o stalinismo — não só política, mas também física.”1

  1. Trotsky – Escritos de 1936-37 – tradução livre do espanhol ao português. ↩︎