UNESP: pela unificação das lutas

Na luta por Permanência Estudantil, pela democratização da Universidade e contra o PIMESP, no dia 16 de julho de 2013 os estudantes da UNESP ocuparam pela segunda vez em menos de um mês a Reitoria da universidade. Continuam a pressão em cima da administração, pelo atendimento das reivindicações.

Na luta por Permanência Estudantil, pela democratização da Universidade e contra o PIMESP, no dia 16 de julho de 2013 os estudantes da UNESP ocuparam pela segunda vez em menos de um mês a Reitoria da universidade. Continuam a pressão em cima da administração, pelo atendimento das reivindicações.
 
Na primeira ocupação conseguimos a promessa do pagamento de praticamente todas as bolsas reivindicadas pelos estudantes, assim como o atendimento toda a demanda para os próximos anos. Contudo, algumas pautas como a legalização do DCE, fim dos processos administrativos contra alguns estudantes da UNESP e o Plano de Obras que ficou praticamente indefinido em termos de datas para início das obras, ainda estão em aberto.
 
Como a repressão agiu
 
Policiais à paisana entraram na Reitoria e planejaram, junto à Assessoria Jurídica e Pró-Reitoria, a reintegração de posse do local.  Avisaram: ou os estudantes desocupam a Reitoria ou a Tropa de Choque o faria. Tudo isso sem abrir qualquer diálogo. Os estudantes, em Assembleia decidiram não aceitar o ultimato dado.
 
Após a saída da Vice-reitora, no início da madrugada do dia 17 de julho, realizamos uma plenária e deliberamos por resistir à tropa de choque. Por volta das 05h30min a tropa invadiu a reitoria, quebrando todos os móveis colocados na frente das portas, assim como o vidro que dava acesso à sala onde estávamos no segundo andar do prédio, rompendo fechaduras, prendendo aproximadamente 100 estudantes sem mandado e sem oficial de justiça, fichando ao todo 113 estudantes que foram liberados por volta das 11h00min. Pelos menos oito destes não estavam na ocupação do prédio. Outros foram detidos na rua quando a PM chegou junto com a tropa de choque. Outros foram detidos na frente da delegacia quando protestavam contra a criminalização do Movimento dos Estudantes da UNESP. 
 
A repressão e as prisões foram todos irregulares e os vídeos existentes comprovam isso. Comprovam que a ocupação dos estudantes era pacífica e que a responsabilidade sobre quaisquer danos foi da Vice-reitoria que autorizou a entrada do choque, colocando em risco todo o patrimônio público da instituição e, mais importante, a integridade física dos ocupantes.
 
No dia 18 de julho os estudantes realizaram um ato contra a repressão em frente à Reitoria e, após isso, foram surpreendidos no Instituto de Artes da UNESP com a presença de cerca de 9 viaturas policias que receberam denúncia de invasão de cerca de 100 indivíduos do prédio pela direção do Instituto de Física Teórica. A Vice-diretora explicou que se tratava de um mal entendido. Um oficial encarregado pela repressão alegou que um (a) estudante havia ofendido a PM e que não deixaria o campus até que ela se identificasse e pedisse desculpas, configurando clara tentativa de humilhar essa pessoa e os estudantes da UNESP. 
 
A resposta dos estudantes
 
Depois de muita negociação, a PM, que já havia entrado no campus, decidiu ignorar a Vice-Diretora, os estudantes e servidores técnico-administrativos e invadiu o Instituto de Artes da UNESP, arrombando portas, procurando sua vítima no meio de estudantes que estavam sentados no hall. Impossibilitada de reconhecer o (a) estudante a PM, para não sair de lá desmoralizada, disse considerar o silêncio um pedido de desculpas, sem identificar e criminalizar o suposto (a) agressor (a). Os estudantes resistiram e protegeram seus companheiros e para todos está clara a responsabilidade da administração da UNESP nisso tudo.
 
Os estudantes deram com sua luta uma demonstração de unidade e luta. Obtiveram algumas conquistas. Mas não se calarão. Continuarão a mobilização com todas as forças que dispõem e lutarão contra os todos os processos que a Reitoria venha a abrir contra os estudantes e ocupantes. 
 
A LUTA POR EDUCAÇÃO PÚBLICA, GRATUITA E DE QUALIDADE PARA TODOS NÃO É CASO DE POLÍCIA! 
 
UNIFIQUEMOS A LUTA!
 
* Pedro é estudante do Instituto de Artes da UNESP e militante da Juventude Marxista