Nossos camaradas mexicanos estão envolvidos em um movimento estudantil muito importante. Ele começou no Instituto Politécnico Nacional (IPN) na última semana de setembro e desde então podemos afirmar que é o maior desde 1968.
Nossos camaradas mexicanos estão envolvidos em um movimento estudantil muito importante. Ele começou no Instituto Politécnico Nacional (IPN) na última semana de setembro e desde então podemos afirmar que é o maior desde 1968.
Ocorreram 4 manifestações massivas que envolveram dezenas de milhares de estudantes e dezenas de faculdades ocupadas e em greve. O movimento que começou contra uma mudança nas normas internas do IPN e nos currículos, logo se ampliou e se converteu em um movimento geral contra a repressão e os cortes na educação.
Nossos companheiros, que dirigem a histórica organização dos estudantes do IPN, o Centro Livre dos Estudantes do Politécnico (CLEP), têm jogado um papel fundamental desde o início das mobilizações. Porém, isso não ocorreu sem problemas. Quando o movimento adquiriu um caráter explosivo e ameaçava se estender para outras universidades, o governo interveio diretamente.
Houve uma campanha orquestrada pelas autoridades do IPN, pelo governo nacional, meios de comunicação e agentes pagos para se infiltrar nas assembleias estudantis, contra o CLEP. Todo tipo de rumores e desinformação se estenderam apoiando-se nos preconceitos despolitizados de um setor dos estudantes.
Como resultado, em alguns casos houve tentativa de remover alguns de nossos camaradas das posições que haviam conquistado como representantes das diferentes faculdades. Ocorreram tentativas para impedir que eles falassem nas assembleias gerais.
Os camaradas reagiram bem frente às circunstâncias e colocaram em marcha um exemplar modelo contraofensivo.
O governo nacional logo se envolveu diretamente e organizou uma manobra. Grupos de agentes do Estado fazendo se passar por representantes do CLEP se reuniram com o Ministério do Interior com a intenção de chegar a um acordo pelas costas dos estudantes e colocar em descrédito o nome do CLEP.
Em continuidade o Ministro do Interior saiu de seu escritório e foi pessoalmente se reunir com os estudantes, ao final de uma das enormes marchas, com a intenção de aparecer como uma pessoa razoável que estava fazendo concessões aos estudantes. Nesse momento um de nossos camaradas pegou o microfone e diante de milhares de estudantes denunciou a manobra declarando que o governo não realiza nenhuma concessão, mas sim que estas estão sendo arrancadas pelo movimento através da luta. Acrescentou que o movimento deveria entregar suas reivindicações e exigir uma resposta sem fechar apressados acordos sem garantias.
Assim, o movimento conseguiu importantes concessões, porém é provável que ele dure mais alguns dias, já que os estudantes querem garantias e clarificação sobre alguns pontos e buscarão conseguir ainda mais concessões.
Massacre: Ao mesmo tempo, um grupo de estudantes de uma escola de magistério na cidade de Guerrero, no interior do México, foram massacrados pela polícia local e pelos narcotraficantes. Informações aqui: http://www.reuters.com/article/2014/10/06/us-MEXICO-violencia-idUSKCN0HU0SW20141006
Importante relato e farto material está publicado na página de La Izquierda Socialista, a seção mexicana da CMI (http://www.laizquierdasocialista.org/) e na página do CLEP (http://www.clep-cedep.org/).
Vídeos com a intervenção de nosso companheiro onde enfrentou o Ministro do Interior estão em:
– Em 04 de outubro estão em: https://www.youtube.com/watch?v=C5FKAp4jyXE
– Em 30 de setembro: https://www.youtube.com/watch?v=Q0NVLzlCgks
– E numa das manifestações em 30 de setembro: https://www.youtube.com/watch?v=KnyDkrbM2k8
Há um claro risco de que sejam adotadas medidas contra nossos camaradas no CLEP, pelo governo, provocadores pagos e pelas autoridades do IPN. Um exemplo foi o escandaloso artigo publicado no jornal La Razón em que atacam nosso companheiro que respondeu ao Ministro (http://www.razon.com.mx/spip.php?article231577).
A resposta dos companheiros às tentativas de criminalizar o movimento e nossos companheiros estão em: http://revoluciontrespuntocero.com/respuesta-de-estudiantes-del-politecnico-ante-criminalizacion-mediatica-video/
Massacre: Ao mesmo tempo, um grupo de estudantes de uma escola de magistério na cidade de Guerrero, no interior do México, foram massacrados pela polícia local e pelos narcotraficantes. Informações aqui: http://www.reuters.com/article/2014/10/06/us-MEXICO-violencia-idUSKCN0HU0SW20141006
Continuando sua campanha o diário A RAZÃO volta a publicar, agora com manchete de capa, foto e página dupla no interior, além de um editorial, ataques contra La Izquierda Solicialista e o CLEP: “Es su página de internet, que se llama La Izquierda Socialista, estos personajes presumen sus viajes a Venezuela, El Salvador, Grecia, Suiza, Cuba y España, entre otros, en el marco de diversos foros de esta organización mundial que forma parte de la Corriente Marxista Internacional, capítulo México”.(http://www.razon.com.mx/spip.php?article232275). Além disso um colunista dá sua contribuição à preparação da repressão: http://www.razon.com.mx/spip.php?page=columnista&id_article=232279
A principal linha de ataque é de que agitadores externos vinculados ao Morena (O partido dirigido por Andrés Manuel López Obrador, candidato presidencial conhecido por AMLO, que só foi derrotado por uma monstruosa fraude), são responsáveis pela greve e que ela está liderada pelos radicais, que os estudantes na realidade querem voltar as aulas
O artigo, depois enaltece a intervenção da polícia para romper a greve da UNAM em 1999/2000 e adverte aos grevistas do IPN que eles foram sequestrados por uma minoria radical.
Chama a atenção o fato de citar três de nossos camaradas dirigentes, mencionar o local da sede da organização estudantil do IPN (a qual já foi ameaçada por parte dos infiltrados e matadores), além de citar pela primeira vez a Esquerda Socialista e a CMI. Além de calúnias de todos os tipos que estão sendo divulgadas pelos agentes das autoridades através dos meios sociais.
O objetivo desta campanha da mídia é de criar um estado de ânimo que depois justifique a repressão contra a greve em geral e contra nossos camaradas em particular.
Pedimos a todos os companheiros e amigos o seguinte:
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Enviar mensagens de solidariedade para com o movimento dos estudantes do IPN através das organizações estudantis e da juventude de todo o mundo.
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As mensagens devem mencionar especificamente que nos sentimos inspirados pelo movimento e que nos manteremos vigilantes contra qualquer tentativa de repressão contra seus representantes eleitos e em especial os da organização CLEP (Centro Livre dos Estudantes do Politécnico).
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As mensagens de solidariedade para com os estudantes massacrados em Ayotzinapa, na escola Normal Rural (Escola de Magistério) exigindo justiça e punição para com os responsáveis.
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Organizar as ações de solidariedade em seus próprios locais, em todo o país.
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Estas mensagens devem ser assinadas por organizações da juventude, estudantis e sindicais, estudantes, trabalhadores, etc.
Por favor, enviem todas as mensagens para:
México: militante91@gmail.com e ricaaya@gmail.com
Informe-nos de suas iniciativas: contato@marxismo.org.br ou https://www.facebook.com/JuventudeMarxista
Amigos e companheiros, devemos estar alertas para que no caso de mais repressão possamos reagir rapidamente e ajudar os companheiros mexicanos.
Fraternalmente,
Esquerda Marxista