Desde 2014 a USP perdeu cerca de 354 professores. Segundo dados da Associação dos Docentes da USP (ADUSP), para voltar ao patamar de 2014, é necessário repor a contratação de 499 docentes efetivos, isso sem incluir as aposentadorias.
Ainda segundo dados recolhidos pela ADUSP:
“a Escola de Enfermagem (EE) e Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA), que perderam, respectivamente, 31% e 26% dos docentes, enquanto que a Faculdade de Saúde Pública (FSP) e a Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (FORP) sofreram, cada uma, redução de quase 19%, seguidas do Instituto de Geociências (IGc) e da Faculdade de Educação (FE), que perderam respectivamente quase 17% e 15% dos seus professores.
Em números absolutos, as unidades que mais perderam professores desde 2014 são a FEA, com déficit de 48 efetivos; Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), 43 efetivos; Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), 36 efetivos; Escola Politécnica (EP), 33 efetivos; EE e Faculdade de Medicina (FM), 26 efetivos cada uma; FORP, 18 efetivos; Escola de Comunicações e Artes (ECA) e Faculdade de Direito (FD), 16 efetivos cada uma; Instituto de Física (IF), 15 efetivos.”
Além disso, a Reitoria continua a contratação de professores temporários por prazo determinado, aos quais paga-se salários muito baixos. Na Faculdade de Educação, por exemplo, para “os contratados com título de Doutor, o salário é de R$ 1.849,66, com jornada de 12 (doze) horas semanais”, o salário de R$ 1.322,41 caso possua mestrado, sendo enquadrado como Professor Contratado II (MS-2); e, se tiver “apenas graduação, ele será enquadrado como Professor Contratado I (MS-1), com salário de R$ 893,95”. [1]
Trata-se claramente de mais precarização e sucateamento da educação pública que ocorre no Estado de São Paulo e que está em sintonia com os ataques do Governo Federal, vide Reforma do Ensino Médio.
A desculpa de “crise orçamentária na USP” é falácia para se investir cada vez menos (muitas vezes nada) na contratação de professores, em novas vagas e na melhorar as estruturas dos prédios cada vez mais precários. É a velha fórmula de sucateamento da educação pública promovida pela burguesia, neste caso sob os comandos de Alckmin.
Mas a classe trabalhadora e juventude resistem, apesar da inércia das direções tanto estudantis como sindicais. Professores municipais em greve contra o SAMPAPREV estão mostrando exemplo de luta contra a destruição do ensino público. É necessário que as entidades estudantis na USP criem debates, discutam seriamente em assembleias e mobilizem os estudantes contra todos esses ataques, unindo-se aos servidores e professores municipais em greve. A luta é por uma educação pública, gratuita e para todos e diz respeito a todos nós, estudantes e futuros professores e servidores que se formarão.
- Por mais contratação de professores!
- Contra o sucateamento da Universidade Pública!
- Educação Pública, gratuita e para todos!