Transbordante de entusiasmo e com uma presença esmagadora e animada de militantes da juventude, realizou-se de 18 a 21 de abril, o 30º Congresso da Esquerda Marxista (EM), precedido pelo Encontro Nacional da Juventude Marxista e pela Conferência da Corrente Sindical Esquerda Marxista, que ocorreram paralelamente durante todo o dia 18 de abril.
De 18 a 21 de abril, realizou-se, o 30º Congresso da Esquerda Marxista (EM), precedido pelo Encontro Nacional da Juventude Marxista e pela Conferência da Corrente Sindical Esquerda Marxista, que ocorreram paralelamente durante todo o dia 18 de abril.
Transbordante de entusiasmo e com uma presença esmagadora e animada de militantes da juventude que demonstraram que já são ou estão se formando como verdadeiros quadros. Eles confirmam que só uma organização revolucionária com uma política revolucionária pode atrair a juventude. A importante participação sindical mostrou também os avanços nos sindicatos com a presença de antigos e novos militantes, ativistas e dirigentes sindicais.
Este Congresso foi marcado pela comemoração dos 150 anos de fundação da AIT (Associação Internacional dos Trabalhadores), ou 1ª Internacional, bem como pelos 95 anos de fundação da 3ª Internacional (Internacional Comunista) e todo o combate internacionalista dos marxistas nos últimos 150 anos. Também foi marcado pelo acerto de nossa análise no último período, em particular de nossa última Conferência Nacional que, em março de 2013, previu uma modificação importante na situação política, inclusive lançando em 1º de Maio de 2013 um boletim semanal, com o objetivo de tornar a organização mais ágil para responder à situação que se abriria (leia em https://www.marxismo.org.br/content/informe-politico-conferencia-nacional-da-esquerda-marxista-2013) – e se abriu em junho, pegando de surpresa todas as outras organizações de esquerda. E, por fim, este congresso foi marcado pelo importante crescimento da Esquerda Marxista no último período, o que confirma a justeza de nossas análises.
Todas as atividades realizaram-se sobre a base da mais ampla liberdade de discussão, objetivando chegar a resoluções que armem a organização para enfrentar o próximo período, seguindo os métodos da democracia operária, o centralismo democrático. Vale ressaltar que todas as resoluções foram aprovadas por unanimidade, o que demonstra a coesão política da organização, mas não uma coesão artificial, típica dos aparelhos burocráticos, e sim a avaliação consciente dos militantes sobre o acerto de nossas análises, perspectivas e tarefas.
O congresso recebeu saudações de diferentes seções da Corrente Marxista Internacional (CMI) ao redor do mundo, do partido Movimento Al Socialismo (PMAS, do Paraguai). Além de um convite do PCB, Partido Comunista Brasileiro, para participar da abertura de seu Congresso que ocorria na mesma data em São Paulo – retribuímos o convite com uma saudação ao Congresso do PCB, convidando-os a seguirmos organizando atividades de Frente Única, como o giro de debates com revolucionários palestinos, ocorrido em fevereiro e convocado pela EM, o PCB e o MST.
Na noite do dia 18 de abril, o ato de abertura do Congresso da EM contou com uma mesa composta por Fred Weston, do Secretariado Internacional da CMI; Serge Goulart, secretário geral da Esquerda Marxista; Angel Perouch, da seção argentina da CMI (El Militante); Humberto Belvedere, histórico militante operário trotskista, que combateu a Ditadura Militar e participou da fundação do PT, e hoje membro da direção da Esquerda Marxista; Ruy Penna, editor da revista América Socialista no Brasil, e responsável pela tradução e edição do livro 1903 – Atas do Segundo Congresso do Partido Operário Social Democrata da Rússia (POSDR).
Este livro foi lançado, com a apresentação do camarada Ruy, na abertura do Congresso. Trata-se de um documento histórico da mais alta importância. Inédito em português, é agora lançado por nossa editora, a Editora Marxista, e traz as falas estenografadas dos participantes do Congresso de 1903, dentre eles Lênin, Martynov, Trotsky, Martov e Plekhanov, com um vivo debate sobre o programa e a concepção de construção, e sobre o tipo de partido revolucionário necessário. Nesse Congresso dos revolucionários russos, ocorre a divisão entre bolcheviques e mencheviques (o livro está disponível para venda no site da Livraria Marxista: www.livrariamarxista.com.br).
No sábado, 19 de abril, o camarada Fred Weston apresentou informe sobre a situação internacional, com destaque para a profunda crise internacional que passa o capitalismo, a disposição de luta da classe trabalhadora e da juventude ao redor do mundo, as traições das direções operárias tradicionais, e a tarefa de construir um partido revolucionário mundial, uma Internacional com influência de massas, para abrir uma perspectiva socialista ao conjunto da classe trabalhadora que é conduzida à barbárie pelo sistema capitalista. Após o debate sobre estas questões, o plenário votou unanimemente o acordo geral com as análises e perspectivas apresentadas, sendo elas parte da preparação do Congresso Mundial da CMI, que se realizará em julho deste ano, na Grécia.
No sábado à noite, foi organizado um debate sobre a posição dos marxistas em relação às drogas, com informe do camarada Caio Dezorzi. Foi explicada nossa posição contra a legalização dos narcóticos, ou seja, contra a legalização da produção, distribuição e venda desse tipo de drogas. Reafirmamos nossa posição contra a criminalização dos usuários, que buscam uma fuga para a dura realidade capitalista através das drogas e que devem receber os tratamentos adequados para se livrar do vício. Queremos uma juventude sadia e alerta para lutar contra o capitalismo, não uma juventude entorpecida pelas drogas. O debate foi muito proveitoso, com diversas intervenções, e deve ser aprofundado com nossos contatos através da publicação de uma brochura sobre essa questão.
No domingo, os trabalhos iniciaram-se com informe do camarada Fred Weston sobre a situação da construção das seções da CMI ao redor do mundo. Logo em seguida, foi apresentado, pelo camarada Serge Goulart, o informe político do Comitê Central ao 30º Congresso da Esquerda Marxista. A apresentação centrou-se na situação nacional e nossas tarefas, reafirmando a análise de que a crise econômica chega cada vez com mais força ao Brasil e que as mobilizações de massa em junho de 2013 representaram uma virada na situação política que não foi desfeita. Nada está resolvido e a resposta da direção do PT e do governo Dilma tem sido cada vez mais submeter o partido e o país aos interesses do capital e do imperialismo, inclusive partindo para a repressão e criminalização dos movimentos sociais, por isso a importância de nossa proposta de Projeto de Lei contra a criminalização e pela anistia aos perseguidos políticos. O foco da construção de nossa organização está direcionado à juventude, especialmente através da campanha “Público, Gratuito e Para Todos: Transporte, Saúde, Educação! Abaixo a Repressão!”, nossa resposta aos anseios que levaram milhões às ruas no ano passado. O informe político foi colocado em votação e contou com a aprovação unânime dos delegados e convidados.
Importantes resoluções foram adotadas, como nossa tática para as eleições 2014, lançamento de nossos candidatos, etc.; a transformação do nosso jornal bimestral “Luta de Classes” em uma revista teórica trimestral; a consolidação do boletim semanal “Foice&Martelo” como nosso organizador político, que deverá passar a ser colorido; a constituição de uma “Comissão de Mulheres”; e muitas outras.
A noite do dia 20 foi destinada ao lançamento da Revista América Socialista número 4, revista teórica da CMI para o continente americano, com apresentação realizada pelo camarada Alex Minoru. Entre os artigos está o informe político ao 30º Congresso da EM, que, tendo sido aprovado pelos delegados, é a resolução política desse Congresso. Esta edição também é o material de Campanha Financeira da EM no 1º semestre, todos foram chamados a batalhar pelo cumprimento dos objetivos estabelecidos para garantia da independência financeira, condição fundamental para a independência política da organização revolucionária.
Na segunda-feira, último dia do Congresso, realizamos a tradicional coleta, com contribuições espontâneas dos participantes. A arrecadação obtida foi um recorde, o que demonstra a consciência de classe e o empenho dos camaradas para a construção da organização.
Em seguida, foram apresentadas e colocadas em votação as resoluções emanadas da Conferência Sindical e da Juventude (ver em seguida o relato dessas Conferências). No período da tarde, ocorreu o balanço e eleição do Comitê Central da Esquerda Marxista e dos delegados ao Congresso Mundial da CMI. Os trabalhos do Congresso foram encerrados com falas dos camaradas Serge Goulart e Fred Weston, seguidas por um chamado a todos os presentes a cantarem A Internacional, hino internacional da luta da classe trabalhadora.
Este foi, sem sombra de dúvidas, um Congresso vitorioso, que seguiu os melhores ensinamentos do movimento operário. Muitos camaradas contribuíram financeiramente para sua realização e dezenas foram os que trabalharam arduamente para que as questões de estrutura fossem garantidas.
Ficou evidente o ânimo geral com que todos saíram para travar as batalhas pela construção da Esquerda Marxista e da Corrente Marxista Internacional. Nossas análises, na Conferência de março de 2013, de que uma nova situação política se avizinhava, foram confirmadas pelos acontecimentos de junho de 2013. A classe trabalhadora e a juventude tem demonstrado profunda disposição de luta, apesar das direções que repetidamente traem o movimento. No Brasil e no mundo, temos um fértil terreno para a construção das ideias do marxismo.
Mãos à obra!