Segundo dados do Sistema Único de Saúde (SUS), em Bauru, cidade do interior de São Paulo com 400 mil habitantes, há 636 leitos de internação disponíveis e 99 leitos complementares (incluindo UTIs), totalizando 735 leitos hospitalares. Estes dados são de fevereiro de 2020.
Esta retaguarda hospitalar que é de responsabilidade do governo do estado, já era insuficiente para atender a demanda de Bauru e região antes da pandemia da Covid-19. Com a pandemia em curso não houve, por parte do governador João Doria (PSDB), nenhuma iniciativa de ampliação de leitos e tão pouco de equipamentos hospitalares e recursos humanos.
Os dois hospitais públicos existentes na cidade tiveram a gestão privatizada, política adotada pelos governos do PSDB nos mais de 25 anos que estão no controle do estado. A Faculdade Método de São Paulo (Famesp) é a segunda Organização Social de Serviços de Saúde que atua no estado.
A prefeitura de Bauru é responsável pela atenção básica e inaugurou em 24 de abril o Posto Avançado Covid-19 (PAC), que funcionará como uma unidade de porta fechada junto ao Pronto Socorro Municipal, e terá dez leitos com respiradores, além de uma unidade de estabilização dos pacientes. Nestas instalações será feito o atendimento inicial e os casos mais graves da doença serão encaminhados aos hospitais de referência. É aqui que a situação se complica.
Se ocorrer um aumento exponencial de infectados em Bauru e região que necessitem de atendimento hospitalar, o caos será instalado, levando-se em conta que o governo do estado até agora não ampliou o número de leitos hospitalares.
Neste cenário de guerra contra a expansão da Covid-19, toda e qualquer ação que seja adotada neste momento para romper o isolamento social – como propõe o Sincomércio e o patronato com realização de carreatas –, concorre para a instalação do caos no sistema de saúde publica que atende a maioria esmagadora da população.
O empresariado que pode ser atendido nos hospitais particulares de primeira linha, não está preocupado com os trabalhadores, mas, com a manutenção de seus negócios e seus lucros.
Como não podem abrir suas empresas e fazê-las produzir sozinhos, tocam o terror para cima da classe trabalhadora, clamando para que ela se sacrifique em nome do “senhor patrão”. Se o trabalhador morre, é só colocar outro no lugar e pagando menos.
É claro que a pandemia provocou um a mudança radical na situação de vida dos trabalhadores. As ameaças que sofrem de demissão, de passar necessidades como muitos já estão passando, levam alguns a acreditar que esta tempestade será breve, que a vida pode voltar ao normal, que a pandemia passará logo e não deixará consequências e, movidos pelo desespero imediato, acabam apoiando estas ações criminosas do patronato.
A vida não irá voltar ao normal e se não preservamos nossas vidas, não nos organizarmos enquanto classe, não combatermos em defesa de um Programa Emergencial para a Crise, que coloque no centro nossa nossas reivindicações e direitos, o pós-pandemia poderá ser muito mais drástico que o momento atual, pois os patrões e seus governos irão nos atacar de forma incessante para trabalhar e produzir riquezas, enquanto padeceremos cada vez mais no aprofundamento da miséria.
Bolsonaro e seu governo poderiam ter adotado medidas de ajuda imediata para a classe trabalhadora, como o pagamento do valor de um salário mínimo calculado pelo Dieese que está em torno de R$ 4.347,61, pois existe dinheiro para isso.
Bolsonaro atua para salvar bancos enquanto a classe trabalhadora padece. Mesmo nesta pandemia, continua pagando juros da dívida pública (interna e externa), que somam mais de R$ 700 bilhões de todo do Orçamento da União, lembrando que neste valor astronômico não estão incluídas as dívidas de estados e municípios, e os R$ 1,6 trilhão valor para rolagem desta maldita dívida cujo custo é o aumento da miserabilidade, pobreza e morte da classe trabalhadora. Estes pagamentos devem ser suspensos imediatamente e todos estes recursos devem ser utilizados para salvar a classe trabalhadora e a juventude do país.
O coronavírus escancarou as portas do sistema capitalista para que a classe trabalhadora pudesse ver que dentro dele somos pequenas engrenagens de uma maquinaria que produz mercadoria para gerar riquezas para poucos. Vimos também, que sem estes pequenos parafusos as máquinas por mais sofisticadas que sejam não produzem nada sozinhas. O grande medo dos capitalistas e dos patrões, é que estes pequenos parafusos que a cada dia são mais arrochados, descubram que podem ficar com a riqueza que produzem, e que não necessitam dos patrões.
Em Bauru, O Comitê de Ação Fora Bolsonaro, repudia as iniciativas dos patrões de romper o isolamento social, que é a maneira mais eficiente de se preservar vidas, e convida todos a conhecer o programa emergencial para enfrentar a crise e a participar do comitê em Bauru e de suas atividades.
A próxima será dia 30 de abril às 19:30, de forma virtual. Vamos apresentar e debater o Programa Emergencial para sair da crise. Você é nosso convidado. Para participar envie mensagem para o WhatsApp: (14) 991845986, dizendo: quero participar dia 30, e incluiremos seu nome na lista.