Esta assembleia deve servir para reorganizar a luta dos trabalhadores em educação do Paraná
No dia 4 de maio (terça-feira), Ratinho Júnior, Feder e Beto Preto chamaram uma coletiva de imprensa para apresentar a política assassina1 de retorno das aulas presenciais na rede estadual do Paraná, sem vacina garantida e suficiente para o conjunto dos trabalhadores e estudantes2. A estimativa apresentada pelo governo Ratinho é que existam aproximadamente 169 mil docentes na educação básica. Ao comunicarem apenas os números estimados de professores da educação básica, deixam de fora os demais níveis de ensino, os estudantes, e ignoram, na prática, que as escolas são compostas por um conjunto diverso de trabalhadores em educação e não apenas professores3.
Esses números foram rebaixados para passar a impressão que as 39 mil primeiras doses representam um número expressivo. Sabemos que estas quantidades são extremamente insuficientes e não atendem a demanda necessária dos 399 municípios do estado.
A política defendida pela direção estadual da APP-Sindicato e aprovada de forma polêmica na última assembleia, rebaixou a pauta da categoria para uma greve sanitária que pode acarretar em desorganização semelhante à greve da Apeoesp4 e SINTE/SC5. Uma “greve fake”!
A greve sanitária para os trabalhadores da rede estadual tinha como perspectiva o retorno das aulas presenciais em todas as escolas do estado do Paraná, porém não é mais isso que está em jogo.
O governo Ratinho/Feder incorporou a tática de dividir para conquistar6 empurrando as responsabilidades para uma falsa autonomia das instituições de ensino. Para o governo, as direções de escola, agora, serão as protagonistas da vez, não mais os novos decretos. Pois, ficou a cargo das direções proporem o retorno das aulas presenciais em suas unidades.
A tendência é que os diretores que não aderirem às orientações do governo estadual sejam removidos de suas funções. É preciso resistir a esta pressão e dizer um caloroso não a política de Ratinho/Feder.
O que foi deflagrado na última assembleia é insuficiente diante dos novos desafios. É preciso convocar uma nova assembleia da APP-Sindicato para organizar e reorganizar a luta em torno de uma perspectiva mais adequada, que apresente todas as necessidades e reivindicações dos trabalhadores em educação do Paraná e unifique o combate com os demais sindicatos que representam os trabalhadores em educação nos municípios, na rede privada e no ensino superior.
- Por uma assembleia da APP Sindicato para organizar a luta!
- Retorno às aulas presenciais só com vacina para todos!
- Fora Ratinho!
- Abaixo o governo Bolsonaro!
1 Bolsonaro é genocida? – Esquerda Marxista
2 Volta às aulas, só com a vacina! – Esquerda Marxista
3 Além do risco de contrair o Covid-19, ter seqüelas ou até mesmo falecer, as aulas híbridas irão intensificar ainda mais a jornada de trabalho dos educadores, pois terão irão ter que fazer Meets, produzir atividades remotas, produzir atividades no Classroom e etc. Os trabalhadores da educação dos serviços gerais terão atividades sobrecarregadas de limpeza e afins que já existiam e cobrança por intensificar a higienização do aparelho escolar, dando margem estratégica ao governo, que tenderá a culpar o conjunto da escola “por não seguir o protocolo de biossegurança”. No entanto, sabe-se que tal protocolo é inaplicável na realidade escolar brasileira. Na prática, o distanciamento de 1,5 metros não ocorrerá devido à estrutura das escolas e à falta de professores! E o que dizer nos demais tópicos (limpeza de banheiro, de bebedouro e etc.), que irão intensificar ainda mais o trabalho dos trabalhadores de serviços gerais, que já estão em número inferior à demanda de trabalho.
4 A greve de Schrödinger da Apeoesp: o professor está e não está em greve ao mesmo tempo
5 Sinte/SC encerra greve antes de começar: um retrato do movimento sindical no Brasil
6 A luta dos educadores deve ser organizada desde já – Esquerda Marxista