Trabalhadores rurais, vinculados ao MST e residentes nos municípios de Iaras e Borebi, foram presos na manhã de 26/1 pela Polícia Civil. Eles estão sendo acusados de liderarem a ocupação da fazenda Santo Henrique, de propriedade do governo federal, e usada ilegalmente pela transnacional Cutrale.
A forma como a prisão foi efetuada demonstrou claramente que a polícia agiu de forma a acirrar ainda mais o conflito estabelicido na região. A criminalização dos trabalhadores e a apreensão de equipamentos, objetos de uso pessoal, ferramentas de trabalho, e produtos agrícolas como defensivos, fertilizantes, calcário, óleo diesel e outros, dão mostras de arbitrariedade e pré-julgamento. Tais objetos são de uso regular e cotidiano de quaisquer agricultores, além do mais, não há comprovação por parte da polícia de que esses bens sejam de propriedade da empresa denunciante. (…)
Transformar problema agrário brasileiro em crime comum tem sido a tática dos setores mais conservadores e truculentos da sociedade brasileira. É um atraso que pode impedir o avanço e o desenvolvimento do país com verdadeira justiça social.
No sentido de defender a apoiar a Luta pela Reforma Agrária, colocar-nos contra a criminalização dos movimentos sociais e pedir a libertação dos sete lutadores sociais presos, estamos convocando a todos os lutadores do povo, militantes de outros movimentos, entidades dos direitos humanos, sindicatos, parlamentares e todas as organizações comprometidas com a justiça social a participarem do Ato Pela Libertação dos Presos Políticos do MST e Contra a Criminalização dos Movimentos Sociais, que será realizado nesta quarta-feira (10/2), na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em São Paulo , às 19h.