Humberto Belvedere, conhecido entre os camaradas como Bel, morreu neste sábado, 22 de julho, no ano do centenário da Revolução Russa. Ele começou a militar muito cedo, ainda adolescente. Fez parte do Partido Comunista Brasileiro (PCB), na década de 1960 , na antiga Guanabara, hoje estado do Rio de Janeiro.
Nos anos que precedem o golpe militar de 1964, e depois dele, Bel participou do agrupamento chamado Dissidência Comunista. Posteriormente, quando essa organização resolveu tomar o caminho da guerrilha, ele conscientemente tomou o rumo político de se dirigir à classe operária. Isso o levou a outras organizações e finalmente ao trotskismo.
Como toda uma série de militantes dessa época, Bel foi preso e torturado. Entretanto, pertenceu àquela geração que não se entregou. Quando foi solto, exilou-se no Chile e militou durante o governo de Salvador Allende. Fugiu por ocasião do golpe militar que empossou o general Augusto Pinochet, e voltou ao Brasil.
Se hoje Bel faleceu antes dos 70 anos, isso se deve a suas condições de saúde e particularmente a todas as sequelas que teve pelas torturas que sofreu. Militou procurando contribuir com o debate político e a organização de um partido revolucionário da classe operária.
Bel já não estava na Esquerda Marxista, mas lamentamos a morte de um camarada que sempre lutou contra o capitalismo e pelo socialismo, defendendo suas próprias ideias.