Os servidores públicos municipais de São Bernardo do Campo (SP) em greve desde 27 de março estão recebendo uma série de ataques da prefeitura, o que inclui o corte de salários dos grevistas. A mais ampla solidariedade do conjunto da classe trabalhadora é essencial para garantir a continuidade dessa luta. Faça um Pix (Cel: 11976662865 – titular: Amanda Maria Rodrigues dos Santos) e contribua com a luta em defesa dos serviços públicos municipais de São Bernardo do Campo. Confira abaixo o relato do movimento que se desenvolve na cidade.
Os servidores municipais de São Bernardo do Campo (SP) entraram em greve no dia 27 de março. Os pontos da pauta são:
- Reajuste de acordo com a inflação que já soma perda de 18,82%;
- Vale alimentação, pois recebem apenas um auxílio alimentação de R$ 20 por dia trabalhado (não recebem nas férias, recesso e licenças de saúde);
- Vale transporte, pois hoje o auxílio transporte não paga nem uma semana de uma das maiores tarifas de transporte público da região;
- Aumento do salário dos auxiliares de limpeza que ganham R$ 900;
- Salário digno para a GCM que recebe bônus por dia trabalhado, não recebendo esse bônus nas férias, nas licenças de saúde e aposentadoria.
Para além disso, os trabalhadores das escolas estão sobrecarregados, houve diminuição dos auxiliares de educação; muitos professores em licença psiquiátrica ou que exoneram, diminuindo o quadro e tendo de contar com professores que fazem horas extras ou dividem as turmas aumentando o número de criança por sala; há pouquíssimos funcionários da limpeza que estão sobrecarregados por limpar grandes áreas sozinhos; e cada dia que passa há diminuição na quantidade de alimento e de variedades de alimentos ofertados, há dias que as crianças e adolescentes têm apenas um copo de vitamina no café da manhã e quem não quiser beber, vai se alimentar horas depois apenas no horário do almoço.
O que estamos vivendo dentro das escolas é o puro desmonte do serviço público e da escola pública. O projeto do prefeito Orlando Morando (PSDB) é o projeto que visa precarizar, sucatear e privatizar, exemplo disso são as inúmeras salas de creche que são fechadas e o aumento das creches conveniadas nas quais os trabalhadores recebem um salário muito menor. A categoria está indignada e mostrou nas ruas a sua indignação, desde o primeiro dia de greve, foram às ruas em atos de milhares de pessoas.
Na quarta-feira, dia 29 de março, houve manifestação e participação dos trabalhadores na sessão da Câmara dos Vereadores. Os vereadores aceitaram a proposta da prefeitura de aumento de 7% no salário e aumento de R$ 110 no auxílio alimentação. Os servidores presentes puderam sentir o desprezo que a maioria desses políticos possuem pelo serviço público e pela população.
O vereador Paulo Chuchu (PRTB) chegou a pegar um totem com a imagem do Bolsonaro e proferiu palavras machistas e desrespeitosas às servidoras e servidores presentes. Houve tentativa da vereadora Ana Nice (PT) de colocar a votação para outro dia para que o sindicato continuasse tentando a mesa de negociação, mas foi negado.
A deputada estadual e esposa do prefeito, Carla Morando (PSDB), disse em uma sessão na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) que eram apenas 130 servidores em greve. O descaso de Orlando, de Carla Morando e dos vereadores foram combustíveis para aumentar a luta e ainda mais servidores entraram na greve.
No último dia 11, o prefeito propôs mesa de negociação com o sindicato para o dia 25 de abril, propôs também “parcelar” os descontos pelos dias não trabalhados em três vezes, impossibilitando que os professores possam fazer reposição de aulas e que as crianças, adolescentes e adultos consigam recuperar as aulas perdidas.
Os servidores continuam em estado de greve e farão assembleia após a mesa de negociação. É preciso dar continuidade à mobilização dos servidores que estão em luta por melhores condições de trabalho dentro dos seus locais de trabalho, dialogar com a comunidade e famílias que usufruem do serviço público que está sendo amplamente atacado. Nós, do Educadores pelo Socialismo apoiamos, fazemos parte da greve dos servidores municipais de São Bernardo do Campo e lutamos por uma escola pública, gratuita e para todos!