O 13° Congresso do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Paraná (APP – Sindicato) ocorreu nos dias 27, 28 e 29 de Janeiro de 2020, em Maringá-PR, acompanhada de Assembleia Estadual Extraordinária.
A Esquerda Marxista apresentou a tese “Fora Bolsonaro! Em defesa da educação pública, gratuita, de qualidade e para todos” subscrita por mais de 100 trabalhadores em educação do estado do Paraná. Além da tese e da participação durante todas as etapas do Congresso, os militantes da Esquerda Marxista que atuam na base da APP – Sindicato apresentaram três emendas ao plano de lutas da categoria que incluíam a adoção da palavra de ordem de “Fora Bolsonaro”, contra o desemprego dos trabalhadores PSS (temporários) causado pelo fechamento de turmas, de escolas, de turnos e de modalidades de ensino e outra que buscava concentrar as principais reivindicações da categoria, incluindo a luta para que os aprovados em concurso sejam convocados.
O conteúdo e os métodos adotados pela direção da APP-Sindicato
O Congresso aconteceu em hotel com estrutura de “show de estrelas”, embalado por músicas motivacionais. No primeiro dia, durante o período da manhã, não ocorreu nenhum debate. No período da tarde foi apresentado o panorama da luta nacional e internacional, segundo a perspectiva da direção estadual da APP-Sindicato, que pode ser sintetizado na linha “Lula 2022”.
Os grupos de trabalho (GTs) que deveriam ler, debater e votar as emendas, destaques etc., ocorreram de forma atropelada, além de diluírem os proponentes de emendas em diversos grupos, com a finalidade de dificultar a aprovação das emendas. Durante a Plenária Final, a emenda do “Fora Bolsonaro”, aprovada nos grupos, “misteriosamente” não apareceu. Somente após intervenção dos proponentes, os membros da mesa que conduziam os trabalhos sentiram-se obrigados a apresentar a emenda ao plenário.
Nos da Esquerda Marxista temos divergências com tal forma de organizar o Congresso e com a linha geral apresentada pela direção do sindicato que transfere o combate imediato nas ruas contra os governos e patrões para vias institucionais, apostando centralmente nas próximas eleições. Entendemos que o principal de um Congresso sindical é o debate franco e aberto e que tenha por finalidade armar trabalhadores para as lutas. Para que isso ocorra de forma plena, não pode ser imposto nenhum tipo de amarração burocrática ou manobra que busque impedir que as diversas posições se manifestem.
Das emendas apresentadas pela Esquerda Marxista
Apesar das dificuldades e manobras impostas pela direção da APP – Sindicato, todas as emendas apresentadas pela Esquerda Marxista foram aprovadas. A emenda que tratava do “Fora Bolsonaro” foi criticada pela direção estadual nos grupos de trabalho durante todas as etapas do Congresso. Ao superar todos os obstáculos a emenda do “Fora Bolsonaro” foi apresentada na Plenária Final do Congresso Estadual. Na ocasião alguns membros da direção se posicionaram afirmando que deveríamos retirar o trecho que concluía que a luta pelo “Fora Bolsonaro” deveria desencadear em um combate contra “…o conjunto do regime de exploração capitalista”, caso contrário, derrubariam em plenário nossa emenda. Afirmaram que derrubar o capitalismo era um “sonho”! Apesar de não concordarmos, decidimos aceitar a imposição, já que o objetivo principal, na ocasião, era impulsionar no seio da categoria a palavra de ordem “Fora Bolsonaro”. De qualquer forma fica claro que a atual direção da APP-Sindicato (DS e Articulação) abandonou qualquer perspectiva de luta contra o capitalismo e pelo socialismo. De nossa parte continuaremos explicando aos trabalhadores que a única forma de acabar com o atual regime de exploração é luta decidida pelo socialismo.
Impulsionar o Fora Bolsonaro na base dos trabalhadores
Na medida em que o governo federal ataca e busca destruir os direitos e conquistas, aumenta a indignação entre os trabalhadores – vejamos o caso recente dos moedeiros e petroleiros – e a consciência que Bolsonaro não pode continuar governando. Assim a palavra de ordem de “Fora Bolsonaro” que busca conectar as diversas lutas econômicas com um combate político pela derrubada do governo ganha audiência. Neste sentido é fundamental impulsionarmos comitês de luta e ação pelo “Fora Bolsonaro” nos diversos setores dos trabalhadores e da juventude, unificando as lutas em curso. Bolsonaro não pode continuar governando até 2022, precisa ser derrubado antes pela ação direta das massas trabalhadas. O Congresso da APP – Sindicato deu um passo importante neste sentido e deve servir de exemplo para as demais categorias de trabalhadores.