Começou no dia 29 de julho, na Grécia, o Congresso Mundial da Corrente Marxista Internacional. Os trabalhos de abertura e a aprovação da ordem do dia tiveram início às 9h da manhã com 80 delegados representando seções de 23 países e 183 convidados vindos de 28 países.
Percebia-se nos rostos de cada um dos presentes grande entusiasmo. Todos ali estavam unidos pelo combate comum pela construção de uma organização operária internacional, conscientes da necessidade de aprofundar as discussões sobre as Perspectivas colocadas em nível mundial, analisar os aspectos centrais dos desenvolvimentos e desdobramentos da crise econômica do capitalismo, extraindo a análise da luta entre as classes, identificando as perspectivas para o movimento operário em nível internacional.
A Esquerda Marxista, seção brasileira da CMI, esteve presente no Congresso com uma importante delegação.
A abertura da sessão coube ao camarada Alan Woods que discorreu sobre a situação mundial e as perspectivas. Em seguida vários camaradas tomaram a palavra para trazer suas contribuições ao debate. Falaram camaradas da Espanha, Canadá, Alemanha, Áustria, Suécia, Bulgária, Brasil, Itália, Ucrânia, Rússia. De modo geral, todas reafirmaram que a crise, de modo diferenciado, está aprofundando-se em todos os países e os capitalistas não conseguem encontrar nenhuma saída, a não ser aumentar a super exploração sobre a classe trabalhadora ou destruir forças produtivas. A profunda crise que vivemos hoje jamais foi vivida pelo capitalismo, sendo mais profunda que a crise de 29 e sua duração pode se estender por longos anos.
Ucrânia mereceu lugar de destaque em várias intervenções que apontaram a necessidade da solidariedade aos ucranianos que hoje lutam por sua liberdade e direitos em Donestk e Lugansk e não estão dispostos a aceitar um regime opressor. O imperialismo dos EUA manobra por detrás da União Europeia e o governo de Kiev, para ali estabelecer uma guerra reacionária comandada pelos oligarcas locais. O desenvolvimento de uma guerra civil poderá estender o conflito, mas analisamos que está descartada uma nova Guerra Mundial no estágio atual. Putin, os oligarcas Russos, os oligarcas de Kiev, estão unidos na defesa da ordem capitalista e de seu sistema, única forma de manterem seus privilégios.
A Corrente Marxista Internacional, combate para que tanto na Ucrânia, como na Rússia, a palavra final possa ser dada pela classe trabalhadora. Ali lutamos pela construção de organizções marxistas que ajudem a resistência contra a guerra e os neonazistas, para recolocar a luta na via das tradições e conquistas do socialismo. Ao mesmo tempo as atividades e campanhas de solidariedade em apoio aos marxistas e comunistas ucranianos devem ocupar importante lugar nas ações das diferentes seções da CMI.
E relação à Palestina desenvolveu-se uma discussão apontando para a necessidade de aprofundar as ações de solidariedade em defesa do povo palestino, contra a guerra sionista e seus ataques à Faixa de Gaza, pelo direito de retorno dos palestinos a seu território.
A imprensa capitalista mundial tem apresentando um quadro de que existe hoje um crescimento, uma retomada da economia mundial. Mas não conseguem esconder que em vários países o que se aprofunda é a recessão.
O primeiro dia terminou com a resposta de Alan Woods que afirmou que o fato é que há um aumento na taxa de desemprego em vários países, dentre eles na Espanha, Itália, Inglaterra e França, com o capitalismo levando mais acumulação de capital nas mãos de poucos e os pobres ficando mais e mais pobres. Os capitalistas e seus economistas dizem que falta dinheiro, mas na verdade não há escassez de dinheiro, o que há é uma intensa especulação da bolsa e o capital está migrando cada vez mais para ser aplicado na compra de ações de suas próprias empresas para as valorizarem artificialmente sem que hajam os necessários investimentos da produção. Isso é uma tendência geral da época atual de decomposição imperialista.
A cada dia está aumentado o descontentamento entre as massas. Porém, a revolução não caminha em linha reta. Revolução e contrarrevolução, avanços e recuos, estão se desenvolvendo. Porém, de conjunto, a classe trabalhadora segue buscando uma saída para assegurar suas conquistas. Na Grécia, Itália, França, Alemanha, EUA, Canadá, China, Egito, Paquistão, em todos os países onde existimos, os marxistas combatem pela construção das organizações marxistas explicando a necessidade de construir o socialismo em todo o mundo, construir os partidos operários independentes, varrendo a burocracia e se ligando às camadas mais frescas e combativas do proletariado e da juventude.