No ABC Paulista, o ano de 2015 começa com 1044 demissões de trabalhadores metalúrgicos das montadoras de veículos, sendo 800 na planta da Volkswagen e outros 244 na planta da Mercedes.
No ABC Paulista, o ano de 2015 começa com 1044 demissões de trabalhadores metalúrgicos das montadoras de veículos, sendo 800 na planta da Volkswagen e outros 244 na planta da Mercedes. Esses trabalhadores estavam com o contrato de trabalho suspenso (Lay Off) e, ao final da suspensão, como era de se esperar, acabaram demitidos. No entanto, os trabalhadores têm dado demonstrações importantes de disposição de luta para resistir aos ataques. Na assembleia chamada pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, decidiram pela greve contra as demissões.
Enquanto isso, em Brasília, o governo Dilma se esforça para mostrar que está comprometido com a manutenção do lucro dos patrões, atacando direito e compondo um ministério ao gosto dos capitalistas. Os empresários se sentem fortes para quebrar acordos estabelecidos com as cúpulas dos sindicatos e realizar demissões em massa. Tanto as demissões na Volks, quanto na Mercedes, representam um rompimento por parte da empresa do acordo coletivo celebrado com o sindicato que, em troca das suspensões de contrato de trabalho e os programas de demissão voluntária (PDVs), deveriam garantir a preservação dos empregos. Isso sem falar do pouco caso com o acordo celebrado com o próprio governo, em 2011, quando foi implementado o incentivo à indústria automotiva, através da redução do IPI, para, supostamente, combater o desemprego. Mas a indústria seguiu demitindo e o governo nada fez, mostrando que se tratava apenas de mais um engodo.
Não se trata de um fato isolado, a crise capitalista se agrava. Ao virar as costas para os trabalhadores e movimentos sociais que a reelegeram, e sinalizar o apoio incondicional ao mercado, Dilma abre caminho para que os patrões ampliem os ataques aos trabalhadores a fim de garantir seus lucros (que, diga-se de passagem, continuam batendo recordes todos os anos). Mas os trabalhadores metalúrgicos do ABC estão ressabiados e já não confiam plenamente nos acordos celebrados entre patrões, o governo e a cúpula sindical. Prova disso foi a recusa, por parte dos trabalhadores da Volks, da proposta de revisão do Acordo Coletivo. Fruto de uma negociação entre a empresa e o sindicato, a nova proposta previa a retirada de várias conquistas, como a garantia de aumento real de 2% em 2015 e 2016, em troca de uma suposta garantia de empregos. A proposta foi recusada pelos trabalhadores e, agora, a empresa atribui à essa decisão, a culpa pelas demissões. Um absurdo! Como explicamos anteriormente, o acordo vigente já previa a garantia dos empregos e não foi respeitado pela empresa. Os capitalistas sempre querem mais e, ajoelhar-se diante das ameaças, só pode abrir caminho para novos ataques. Manter a cabeça erguida e ir à luta é o único caminho para preservar e ampliar conquistas.
O que os trabalhadores esperam do Sindicato e da Central Única dos Trabalhadores é o rompimento da conciliação com os patrões e o governo, uma postura combativa e independente. Só a firmeza no combate, a mobilização e a solidariedade de toda a classe trabalhadora poderá reverter essas demissões. Esta é uma importante batalha para frear a onda de demissões e retirada de direitos diante do aprofundamento da crise. Unidade, organização e mobilização! Venceremos!
Solidariedade da plenária do Comitê de Luta pelo Transporte Público da Grande SP, com representantes de organizações de esquerda, movimentos populares, entidades sindicais e estudantis, à luta dos operários do ABC.