Na noite de ontem (13/12), a categoria assistiu a mais um triste episódio encenado pela Corrente Sindical O Trabalho/PT que dirige o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Joinville e Região (Sinsej) desde 2019. A falta de democracia sindical, o apego à burocracia e a vaidade personalista, uma vez mais se sobrepuseram ao papel de educação política que a entidade deve prestar aos trabalhadores da base.
Durante a assembleia, ocorreu a votação para presidente da comissão eleitoral, que contou com dois nomes apresentados (um pela atual direção, e outro pela Corrente Sindical Esquerda Marxista). Cabe à comissão eleitoral a organização do processo eleitoral do sindicato.
A presidente do sindicato, Jane Becker, que coordenou a votação, anunciou o resultado com diferença de apenas um voto, a favor do candidato da atual direção. A Corrente Sindical Esquerda Marxista (CSEM) divergiu do resultado e pediu a recontagem dos votos, uma vez que a contagem inicial foi realizada de forma apressada e os membros da CSEM chegaram em outro número, diferente da contagem da atual direção. Nada mais correto, para a lisura do processo, a recontagem dos votos com o objetivo de afastar qualquer dúvida sobre seu resultado.
Para surpresa da plenária, a presidente não concedeu a recontagem. Importante destacar que a recontagem de votos em qualquer pleito é extremamente comum no movimento sindical mundial, nesse sentido, a CSEM sugeriu que se refizesse a recontagem com um fiscal de cada chapa, o que foi ignorado pela presidente que optou por seguir a pauta da assembleia alegando falta de tempo para a recontagem solicitada.
Uma das justificativas para tal comportamento antissindical e antidemocrático é o temor de perder o aparelho, especialmente num ano de eleições presidenciais. A direção da entidade perdeu mais uma rica oportunidade de mostrar aos trabalhadores como funciona a organização dentro do movimento sindical e, ao contrário do que foi argumentado pela atual direção, não se tratava de “gastar mais tempo” com isso, mas ensinar na prática para os servidores como se garante a democracia e a lisura dentro de qualquer processo de disputa.
A recusa da recontagem evidencia que a contagem foi fraudulenta. Portanto, o processo de eleição inicia com problemas sérios de democracia, débil e tendo como princípio a rapina e a desmoralização dos métodos históricos do movimento operário.
Após esse absurdo, nós da CSEM nos retiramos do plenário e chamamos para se retirar conosco aqueles servidores que não concordam com tais atitudes, dialogando e explicando os motivos que nos fizeram sair de uma assembleia que não conhece a democracia.
É preciso que a categoria compreenda que a CSEM, ao se retirar da plenária, após a negativa de recontagem dos votos, fez um desagravo contra essa direção, reforçando com esse ato que ganhar ou perder faz parte de uma disputa democrática, que os votos devem ser respeitados e que o processo conduzido pela presidente do Sinsej foi no mínimo imoral e fraudulento.
As demais pautas votadas, como a campanha salarial por exemplo, restringiu-se apenas a apresentação da proposta de reposição feita pelo prefeito, sem apresentar soluções concretas para os descontos e faltas injustificadas que a categoria recebeu no último período. Uma desmoralização sem precedentes para a maior categoria organizada da cidade, sem nenhuma proposta concreta de combate para a reversão das perdas acumuladas.
Por isso, a Corrente Sindical Esquerda Marxista chama a atenção dos servidores para o início da campanha para as eleições do Sinsej a partir dessa data, e convoca todos os servidores que desejam um outro modelo de combate sindical, para se reorganizarem em torno do propósito da retomada da nossa entidade nas próximas eleições, com o fortalecimento do Conselho de Representantes por local de trabalho, ampla participação nas instâncias de deliberação e defesa incondicional de um sindicato forte, independente e de base!