Hoje, 28 de maio, é o Dia Internacional de Ação pela Saúde da Mulher, data indicada no 4º Encontro Internacional Mulher e Saúde que ocorreu em 1984, na Holanda, durante o Tribunal Internacional de Denúncia e Violação dos Direitos Reprodutivos. A data também marca o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna.
A condição da mulher trabalhadora, que acumula jornadas de trabalho fora e dentro de casa, faz com que ela deixe de lado sua saúde, preocupando-se com a de sua família. A falta de exames periódicos e consultas leva as mulheres a sofrer com doenças que poderiam ser diagnosticadas e tratadas com antecedência evitando-se a morte (como câncer de mama, endometriose, depressão e obesidade). Soma-se a isso as condições precárias de vida e da saúde pública no Brasil e o medo de perder o emprego e a renda.
No contexto em que estamos, lutando pelas nossas vidas diante da pandemia da Covid-19 e do governo Bolsonaro, essa data deve nos incentivar a, mais uma vez, pensar sobre a violência que atinge as mulheres trabalhadoras, intensificada em momentos de crise como esse.
É importante reafirmar que a maternidade deve ser, sempre, uma decisão da mulher, assim como devem ser dela as decisões pertinentes ao parto. Porém, as mulheres trabalhadoras, são, em sua grande maioria, alienadas desse processo, não tem acesso ao atendimento pré-natal, não criam vínculos com médicos, precisam peregrinar para encontrar vagas nas maternidades e não decidem como será o parto.
As mulheres que decidem ser mães – aquelas que têm essa possibilidade, de escolher conscientemente -, sofrem com as condições de trabalho, de vida e também do parto, vide o alto número de cesarianas realizadas, sem indicação clínica, no país e a violência exercida por médicos e enfermeiras brutalizados em suas rotinas na saúde pública brasileira.
Diante da pandemia, a precariedade da saúde pública fica ainda mais escancarada e tem causado a morte de muitas mulheres. Estudos indicam que no Brasil o número de mortes maternas, suspeitas ou confirmadas pela Covid-19, é maior do que em oito países do mundo juntos. Entre março e maio desse ano, a taxa de mortalidade materna por 100 mil habitantes no Brasil é superior a todos os demais países que também sofrem com altos índices de contaminação pela doença. Outro erro, segundo especialistas, foi não ter incluído as gestantes como grupo de risco para a Covid-19, pois, a gestação envolve alterações fisiológicas importantes, que podem aumentar o risco de contrair a doença.
A política assassina do governo Bolsonaro diante da pandemia faz suas vítimas especialmente entre a classe trabalhadora e de forma ainda mais cruel entre as mulheres. Já era conhecida a postura do presidente diante das mulheres e da violência, postura essa que banaliza e simplifica a violência contra a mulher e as desigualdades sociais enfrentadas por elas.
No dia de hoje, diante do caos gerado pelo governo e pelo vírus, é mais do que fundamental reafirmar a necessidade da nossa organização, com vistas à aplicação de um programa emergencial para a crise, a derrubada do governo Bolsonaro e a construção de uma sociedade socialista, na qual nenhuma mulher irá morrer por falta da acompanhamento médico ou no parto.
O capitalismo é um cadáver e precisamos enterrá-lo! Cabe a nós essa tarefa!
- Combater toda violência contra a mulher! Contra a violência obstétrica!
- Pela laicidade das decisões do Estado!
- Estatizar todo o sistema de saúde – planos, laboratórios, hospitais!
- Comitês de Saúde e defesa comunitária em cada bairro e local de produção e trabalho!
- Anular as reformas trabalhista e da Previdência!
- Fora Bolsonaro!
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