Cerca de duas mil pessoas, em sua maioria estudantes do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) e da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), tomaram as ruas da capital Vitória/ES, nesta última sexta (03/05), num ato relâmpago em resposta aos ataques à educação promovidos pelo governo Bolsonaro e pelo ministro da educação Abraham Weintraub.
O evento ocorreu após a divulgação do corte de 30% do orçamento destinado às universidades e aos institutos federais do país, uma verdadeira caçada ideológica que esconde o real intuito do governo: privatizar o ensino. O conglomerado de instituições privadas de ensino em torno dos grupos Anhanguera e Kroton não vêem a hora de arrematar a preço de banana as escolas, institutos e universidades no leilão promovido por Bolsonaro.
O pronunciamento do reitor do IFES, Jadir Pela, informando que, com o corte de verbas, a instituição só conseguirá funcionar até setembro deste ano e o do reitor da Ufes, Reinaldo Centoducatte, de que, sem o repasse, faltará dinheiro até para pagar a conta de luz parecem ter acendido o fogo da revolta dos estudantes. Combustíveis não faltam aos filhos da classe trabalhadora para incendiar as ruas na luta pelo direito a um futuro digno, e cada dia fica mais claro que isso é impossível dentro do capitalismo. A Reforma da Previdência, a Emenda Constitucional 95 e a perseguição ideológica são expressões da decadência do capitalismo que quer jogar a conta da crise econômica nas costas dos trabalhadores enquanto banqueiros batem recordes de lucro.
Os manifestantes, que se concentraram em frente ao Ifes em Jucutuquara, saíram em caminhada em direção à sede do governo do estado do Espírito Santo, o Palácio Anchieta. Durante o trajeto, os estudantes aderiram à palavra de ordem “Fora Bolsonaro”, que tem sido impulsionada pela Liberdade e Luta em todo país.
Além disso, também entoaram os dizeres “A nossa luta unificou: é o estudante junto com o trabalhador” e “Educação não é mercadoria”, o que aponta para o avanço da consciência de classe entre a juventude.
O ato se encerrou na escadaria do Palácio Anchieta com falas dos estudantes direcionadas à construção da Greve Nacional da Educação a ser realizada no dia 15 de maio. A Liberdade e Luta estará presente nos atos que estão sendo chamados em todo o país, intervindo para dar coro à voz dos manifestantes: de que trabalhadores e estudantes devem se unir na defesa de uma educação pública gratuita e para todos; portanto, de que a Greve Geral não pode esperar até o dia 14 de junho e sim deve iniciar no dia 15 de maio, unificando a luta dos trabalhadores das demais categorias aos da educação.