Chegou o fim do ano e, no Distrito Federal, o fim do mandato de Agnelo Queiroz, acompanhado da crise econômico-administrativa no governo distrital.
Chegou o fim do ano e, no Distrito Federal, o fim do mandato de Agnelo Queiroz, acompanhado do crescimento da crise econômico-administrativa no governo distrital. Diversas greves despontam e o governo é incapaz de responder devidamente à classe trabalhadora. Essa imobilidade é consequência da opção tomada, seguindo a linha do governo federal, de fazer-se de surdo ante as reivindicações da população.
A greve dos rodoviários se estendeu por seis dias, desde o dia 4 de dezembro. Trabalhadores das empresas Pioneira, Marechal e Urbi e das cooperativas MCS e Alternativa reivindicavam o salário de dezembro e o pagamento da primeira parcela do 13º. O motivo da falta dos salários foi o atraso do pagamento do governo às empresas privadas que executam o serviço de transporte em 17 regiões administrativas
Servidores da saúde, em 104 categorias da área, também entraram em greve na terça-feira (9) devido à falta de pagamento dos salários pelo governo do DF. Na quarta-feira, 22 unidades de creches conveniadas com o governo completaram 8 dias de paralisação das atividades. De acordo com o conselho das creches, em decorrência da falta de repasses do governo do DF há três meses.
Os 24 mil professores da rede pública de ensino do DF também iniciaram greve na terça-feira (9) por conta do atraso no salário de dezembro, e se manifestaram em frente ao Palácio do Buriti, bloqueando vias centrais de Brasília. Fontes informais divulgam a intenção de greve dos funcionários da Dinâmica, que prestam serviços de limpeza para o Metrô, e dos funcionários da empresa de limpeza Apecê, que presta serviço em hospitais. Ambas pelo mesmo motivo de atraso no salário.
O governo distrital mantém dívidas com as empresas privadas, o que tem enforcado o orçamento para quitar as dívidas com servidores da saúde e da educação. O montante total da dívida para com o setor público e privado soma R$ 735 milhões. O governo federal também tem sua responsabilidade no atraso de pagamentos. A Secretaria de Administração Pública do DF informou que o crédito do governo federal repassado ao governo do DF foi feito somente na terça-feira (9), o que resultou em atraso generalizado.
O Correio Braziliense, em matéria publicada no dia 9, apresentou mais um componente: “a receita do DF teria problemas devido ao baixo crescimento da economia e à frustração na arrecadação. Por isso o atraso”. Mas, o governo do DF tranquiliza, e diz que o atraso ocorre por “motivos pontuais” e que está “adequando o fluxo de caixa para arcar com os compromissos assumidos”.
Em momento de crise econômica, o governador Agnelo e o governo federal, ambos encabeçados pelo PT, têm equilibrado as contas priorizando o cumprimento de compromissos bem diferentes daqueles assumidos na origem do partido na década de 80. O que priorizam agora é a garantia dos lucros das empresas e dos banqueiros. Para a população, as migalhas.
Ao desviar-se de tal forma de seu papel de partido dos trabalhadores, deixando categorias inteiras à mercê de empresas privadas e se endividando em grande parte porque honra com o compromisso de pagar os lucros aos empresários, o que o governo distrital tem passado é um verdadeiro vexame. As camadas populares, cada vez mais reconhecem a responsabilidade da política do PT nisso tudo e se afastam do partido. Depois de elegerem Agnelo em 2010 com 66,1% dos votos, em 2014 ele recebeu apenas 20,07% dos votos, perdendo vergonhosamente já no 1o turno para os candidatos Jofran Frejat (PR) e Rodrigo Rollemberg (PSB). Claro que tudo isso endossado pela mídia burguesa, que aponta com alegria os danos e o caos em andamento.
Enquanto o governo distrital se dedicar a garantir o lucro dos empresários que cobram do cidadão pelo acesso a direitos básicos que deveriam ser públicos e gratuitos; enquanto a renda federal continuar fiel ao pagamento das históricas dívidas interna e externa, ao enriquecimento de banqueiros nacionais e internacionais, e para isso continuar a espremer o orçamento para saúde, educação e transporte (e o consequente repasse a estados e municípios) o caos permanecerá. Principalmente em momento de crise econômica mundial, cujos efeitos são notáveis no país e respectivas unidades federativas.
Atender aos interesses dos empresários e dos banqueiros é o oposto de atender os direitos da classe trabalhadora, daquela que não lucra sobre o trabalho dos outros, mas apenas vende sua força de trabalho e sua capacidade intelectual para sobreviver.
Pelo atendimento dos direitos da classe trabalhadora e sua juventude. Que são aqueles que de fato fazem a sociedade funcionar! Segundo palavras de Alan Woods, da Corrente Marxista Internacional, “nenhuma lâmpada se acende, nenhum telefone toca e nenhuma roda gira sem a permissão da classe trabalhadora!”.
– Pelo não pagamento da dívida pública!
– Pela destinação do dinheiro necessário aos serviços básicos, que devem ser garantidos gratuitamente, de forma pública em grande quantidade e com qualidade!
– Público, Gratuito e Para Todos: Transporte, Saúde, Educação!