No final de março, o prefeito de Curitiba Rafael Greca (PMN) enviou para a Câmara de Vereadores um pacote de ajuste fiscal. Ele propunha a suspensão do plano de carreira de todos os servidores; o não pagamento e a mudança da data-base; a extinção da licença prêmio para os novos servidores, com criação de dificuldades para que os que já estão no serviço público consigam usufruí-la; a modificação da base de cálculo do décimo terceiro; a alteração na forma de pagamento do vale transporte; uma espécie de “lei de responsabilidade fiscal” que congela os investimentos públicos, ao estilo PEC 55, aprovada pelo governo federal no ano passado; aplicar um saque de quase R$ 700 milhões do fundo de previdência dos servidores; aumentar para 14% o desconto de contribuição previdenciária, além da criação de um fundo de pensão; entre outras medidas que afetam diretamente o conjunto da população e do serviço público.
Na verdade, trata-se de um ajuste articulado às medidas do governo federal que visam retirar direitos e estabelecer um novo patamar de exploração da força de trabalho em nosso país. Por esse motivo se assemelha também aos pacotes de ajuste enviado por prefeitos de outras cidades como Florianópolis, Porto Alegre, entre outras.
Desde o envio do pacote de maldades para os parlamentares, os trabalhadores do serviço público municipal de Curitiba realizam um intenso processo de mobilização no sentido de impedir que o ajuste seja votado, tendo como norte da luta pela retirada integral do “pacotaço” de maldades. No dia 12 de junho, o conjunto do funcionalismo da capital paranaense entrou em greve por tempo indeterminado. No dia seguinte, data marcada para votação do “pacotaço” na câmara de vereadores, os servidores realizaram uma intensa mobilização durante o dia e ocuparam a câmara de vereadores, impondo a suspensão da votação que foi transferida para a terça-feira seguinte, dia 20 de junho. Novamente, mesmo diante de um enorme aparato policial, os servidores furaram o bloqueio e ocuparam novamente a Câmara, impedindo, mais uma vez, a votação do pacote de maldades do prefeito Rafael Greca. Diante do vigoroso movimento, os vereadores foram obrigados a transferir a votação para a próxima segunda-feira, dia 26 de junho.
Outra batalha está anunciada para a próxima semana. Os trabalhadores do serviço público estão chamados novamente a impedir a votação e enterrar de uma vez por todas esse pacote de maldades, como fizeram os servidores públicos de Florianópolis. Os militantes da Esquerda Marxista que intervêm na base do sindicato do funcionalismo público de Curitiba estiveram e continuarão na linha de frente desse combate!
É possível vencer!
Até a vitória!
Retira o pacotaço!