No dia 19 de Dezembro, mais uma vez, será decidido se Mumia vive ou morre. Neste dia 6 ocorrerão por todo o mundo, atos pela liberdade deste militante preso injustamente.
Mais uma vez, de maneira cínica, o Supremo Tribunal Federal de Recursos dos EUA negou o apelo de Mumia para que se ouvissem duas novas testemunhas do caso e um novo julgamento. Este recurso já tinha sido rejeitado a nível local e estadual. Esse militante dos Panteras Negras segue há quase 27 anos no corredor da morte, por uma sentença que evidencia racismo e perseguição política. A Corte tenciona para marcar uma nova data para a sua execução. Dia 19 de Dezembro deverá ser decidido.
A história da prisão e julgamento de Mumia Abu Jamal constitui um capítulo dramático da luta contra o racismo institucionalizado nos Estados Unidos. Apesar de várias provas terem sido levantadas nestes anos todos, inclusive uma confissão do pretenso autor do crime, a justiça burguesa racista dos EUA continua a negar seus direitos de apelação e justo julgamento.
Militante negro anti-racismo, foi preso em 9 de Dezembro de 1981, sob a falsa acusação de ter assassinado um oficial de polícia. Seguiu-se então uma incessante batalha judicial e sua execução foi várias vezes marcada, mas depois suspensa, devido aos protestos de milhares de manifestantes nos EUA e em todo o mundo. Mumia Abu-Jamal é, de fato, um prisioneiro político dos EUA.
Isso ficou evidente quando o FBI entregou em seu julgamento um dossiê contendo mais de 600 páginas contando sua história de militância no movimento negro. Foi preso pela primeira vez aos 14 anos, durante o protesto contra o racista George Wallace, então em campanha presidencial. Aos 15 anos, participou do movimento para rebatizar sua escola com o nome Malcolm X e ajudou a criar o comitê do Partido dos Panteras Negras na Filadélfia, onde foi membro da redação do jornal do movimento.
Nos anos 70, passou a fazer parte de uma lista do FBI de pessoas que “ameaçam a segurança dos Estados Unidos”, tornou-se locutor de rádios locais e de uma rede nacional de emissoras que denunciava a violência policial – em particular, as de natureza racista – e os dramas diários da população pobre do seu país.
Somos chamados a continuar a luta em solidariedade a Mumia e a todos os presos políticos. O seu exemplo de luta anti-racismo e por igualdade para o povo pobre dos EUA, com certeza, é de grande valor para nossos combates diários.
Nesse sistema capitalista, a justiça está a favor de uma classe – a burguesia – que detém o poder do Estado, com seus tribunais e polícia. Portanto só a unidade da classe trabalhadora dos EUA e do mundo poderá salvar Mumia da morte e mostrar que nossas vozes não vão se calar, até construirmos um mundo sem racismo e exploração.
No dia 06 de Dezembro está sendo chamado um ato internacional de solidariedade a Mumia. Todos que lutam contra o racismo e o capitalismo, devem se somar a esta iniciativa!