Enquando boa parte da esquerda defende uma reforma das instituições burguesas, queremos derrubá-las levantando a bandeira das liberdades democráticas.
Como um saco sem fundo, usar a palavra democracia sem critério permite que se coloque tudo dentro. A burguesia brasileira e internacional, ao descrever o regime político brasileiro como democrático, quer apresentá-lo como propício para que o povo exerça o poder.
Mas se avaliamos uma pessoa pelo que ela faz, e não por seus títulos, veremos o sistema governamental brasileiro como uma ditadura de uma classe sobre outra. Contudo, hoje esse sistema concede algumas liberdades democráticas, que são ameaçadas em tempos de crise.
A reforma política defendida por boa parte da esquerda no Brasil concebe que esse sistema possa ser aperfeiçoado. Entendem que, sim, vivemos em uma democracia, mas com algumas imperfeições. Ignoram o caráter capitalista de todas as instituições e canais políticos mantidos na República formada em 1985.
Propomos uma luta para obrigar a burguesia a conceder liberdades democráticas, mas sem espalhar ilusões em um ideal estado democrático de direito, que corresponde a nada mais do que outra forma de estado capitalista. Quem faz isso são os utópicos reformistas e oportunistas, que acreditam em um impossível futuro histórico dentro do capitalismo.
Queremos total independência política para defender a revolução socialista. Exigimos a liberdade para formação de partidos políticos. Combatemos a ideia de o Estado financiar as siglas. Cada agremiação deve ser mantida pelos seus próprios membros, e contar apenas com suas forças.