No dia 15 de agosto, Lula chegou à terra dos altos coqueiros, em plena pandemia. Com o país passando por uma de suas maiorias crises, o líder do Partido dos Trabalhadores (PT) vem ao estado tentando uma aliança com partidos do centro e alguns de esquerda (inclusive o PSOL) para eleições de 2022. A aliança com o PSB será primordial para os objetivos eleitorais do PT, entretanto, essa tentativa de aliança e aproximação mostra o quão frágil na política a direção do partido se mostra.
O PSB é um partido que carrega “socialista” no nome, contudo, representa em Pernambuco os interesses da burguesia regional em seus vários anos de governo. Nunca se apresentou como uma saída para as desigualdades regionais e trabalha em conjunto com as principais empreiteiras. Representando o interesse das mesmas há mais de oito anos, tornou as periferias de Recife ainda mais abandonadas e os morros ainda mais perigosos. “O pacto pela vida” é o fracasso da política de segurança pública no estado, nos mostra a quão errada está a visão de Paulo Câmara e sua “trupe” sobre o tema.
Com o aumento da crise e o crescimento da miséria, os números ficam ainda mais alarmantes. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Pernambuco se mostra recorde em crimes contra população LGBT com um aumento de 104,3% comparado ao ano de 2019. Casos como a da transexual Roberta Nascimento Silva, que teve seu corpo queimado, ficam ainda mais evidentes e recorrentes. Além dos hospitais estaduais lotados, o transporte público na capital e região metropolitana se mostra ainda mais ineficiente, caro e que só atende aos interesses do empresariado. É diante desta realidade que Lula chega a Pernambuco para fazer uma aliança com o PSB.
A realidade política do PT nos mostra que Lula e seus dirigentes não estão nem um pouco interessados em derrubar Bolsonaro, em construir o movimento de massas para varrer Bolsonaro e seus capangas. Este movimento dele em todo país, e em especial no Nordeste, nos apresenta uma tática de levar a “banho maria” o atual governo e se mostrar como solução na eleição de 2022, mesmo com direitos sendo retirados a cada dia. Lula não está interessado em representar os interesses reais dos trabalhadores, mas do empresariado, e isso se reflete na política de alianças que constrói. O que precisamos hoje é de independência em relação à burguesia para lutar. Eles não têm nada a oferecer aos trabalhadores.
A maior prioridade de Lula e do PT é fazer com que o capitalismo funcione, desprezando a força da classe trabalhadora. Por isso, mostra-se contra derrubar o governo Bolsonaro através do movimento de massas. Nós, da Esquerda Marxista, propomos a construções de comitês de ação por abaixo Bolsonaro. Entendemos que não será em 2022, em eleições burguesas, que iremos derrubar tudo isso que aí está. Também entendemos que as alianças propostas por Lula não interessam aos trabalhadores. Por um Governo dos trabalhadores, sem patrões nem generais!