O movimento Mulheres pelo Socialismo promoveu em 14 de setembro a atividade “O Estado Laico e as Liberdades Democráticas”, apresentada por Maritania Camargo, professora e militante da Esquerda Marxista. A mesa foi composta ainda pela militante Flávia Antunes. Cerca de 30 pessoas marcaram presença na sede da Esquerda Marxista em Joinville/SC.
No início da discussão, Flávia lembrou que o Brasil encontra-se num momento de rompimento da ordem estabelecida. Citou as recentes interferências da Presidência da República na Agência Nacional do Cinema (Ancine) por vieses religiosos e uma alarmante pesquisa que revelou que um terço dos brasileiros desconfia da ciência.
Maritania fez diferentes recortes históricos ao decorrer do informe por se tratar de um tema muito abrangente. Trouxe Engels e Lenin para retomar a definição marxista de Estado: “O Estado é o produto e a manifestação do antagonismo irreconciliável entre as classes.”
A mesa e os participantes da atividade estabeleceram a diferença entre crenças individuais e a forma que as religiões se articulam. Com a decadência do Império Romano e o regime escravocrata, surgem os primeiros cristãos, que ascendem em torno da comunhão entre os proletários. Porém, é a partir do advento das monarquias que o clero sucumbe ao Estado, fazendo assim surgir o atrelamento do Estado com a Igreja. O que presenciamos hoje é a Igreja coexistindo com o Estado para oprimir o povo, salvo raras exceções de sacerdotes.
Também foi destacado que há 85 milhões de refugiados ao redor do mundo, numa situação de degradação análoga à época de trevas vista na Idade Média. Chegamos num ponto que para não condenarmos as próximas gerações à barbárie e para que a humanidade continue se desenvolvendo, os trabalhadores precisam tomar o poder da burguesia. Ou seja, a revolução é a saída. “O Estado Democrático de Direito (ou República Democrática) nada mais é do que a ditadura do capital, precisamos romper com este sistema.”, salientou Maritania.
A discussão se seguiu com ênfase à luta de classes, reforçando que as liberdades democráticas são direitos conquistados ao longo da história por meio de lutas e não foram dadas pelo Estado. E o que vemos até agora no governo Bolsonaro são ataques diretos às liberdades de imprensa, de manifestação, de organização, de asilo a presos políticos e de sufrágio universal.
Ao final, os participantes pediram para usarmos nossos espaços sociais para resgatarmos o significado de comunismo. A necessidade de organização enquanto classe foi enfatizada no decorrer da atividade.
Por fim foi feito convite para que os interessados acessem nossos materiais e participem do Movimento Mulheres pelo Socialismo.
Fotos Henrique Macedo e Flávia Antunes