O mês de março historicamente tem sido um período de luta e reivindicação dos direitos das mulheres da classe trabalhadora. Por isso, o Mulheres Pelo Socialismo de São Paulo, participou e realizou diversos debates online sobre os temas mais latentes e as demandas mais urgentes das mulheres proletárias no mundo hoje. Abaixo um relato de como foram nossas atividades.
06 de março – evento nacional com a participação de camaradas da Corrente Marxista Internacional (CMI) – O direito ao aborto como reinvidicação histórica da classe trabalhadora
Atividade nacional que contou com falas de militantes da Esquerda Marxista: Jacqueline Takara, (SP), Leonardo Mendes (ES) e Francis Lima (PR) e participações de camaradas de outros países da Corrente Marxista Internacional (CMI): Flora Steeves(EUA), Fiammetta Fossati (Itália), Ariele Efting (Argentina) e Carolina Fonseca (Itália). O evento trouxe um panorama da luta da classe trabalhadora em defesa do aborto legal e público em diversos países e em diferentes períodos da história. Foi discutido o quanto esse direito está intrinsecamente relacionado à luta de classes e sua conquista é um avanço para o conjunto dos trabalhadores. Os informes das camaradas também trouxeram o debate sobre a violência doméstica, e a constatação de que esta teve um aumento considerável com a pandemia em todas as partes do mundo, expondo a barbárie sem fim que é a vida sob o sistema capitalista. O evento marcou o início de nossa campanha pelo direito ao aborto legal e público e contra a violência contra a mulher, luta que passa diretamente pela luta pela derrubada do governo. Por isso, levantamos a seguinte palavra de ordem: Abaixo o governo Bolsonaro!
Após o evento do dia 6 de março, o MPS-SP seguiu sua agenda de atividades:
Plenária de 08/3: O 8 de março e a luta pela legalização do aborto (com informes de Jacqueline Takara e Ana Claudia Castro)
O evento contou com informes sobre o panorâma das mobilizações ocorridas no 8M no mundo ao longo das últimas décadas, das mobilizações em defesa do aborto legal, público e gratuito e da importância das manifestações pelos direitos das mulheres trabalhadoras nesse século. Por sofrer uma dupla opressão dentro do sistema capitalista, a mulher proletária muitas vezes acaba pressionada a se colocar em uma posição de luta e reivindicação. É o que temos visto acontecer em diversos locais do mundo, como Brasil, Argentina, Polônia, Irlanda e Espanha. Há vários cenários no mundo onde uma reivindicação de direitos das mulheres tomou uma proporção mais ampla, ganhando um caráter de classe. Reforçamos que o avanço nas conquistas dos direitos das mulheres trabalhadores é um avanço na luta de toda a sua classe!
17/3: A luta das mulheres e a representatividade na perspectiva marxista (informes de Renata Paradizo e Ana Claudia Castro)
As teorias identitárias baseadas nos conceitos de representatividade e interseccionalidade vêm ganhando espaço nos ambientes acadêmicos, jurídicos e midiáticos nas últimas décadas. Embora o crescimento da difusão dessas ideias expresse o descontentamento da juventude e classe trabalhadora com os limites do sistema capitalista, tais teorias não apresentam uma base material sobre a origem das opressões baseada na divisão da sociedade em classes e nem uma perspectiva material de combate à elas. Nesse encontro nós nos debruçamos sobre a origem e evolução das teorias de interseccionalidade e representatividade e trouxemos uma perspectiva marxista e materialista para as opressões abordadas nessas teorias.
31/3: A crise capitalista e o impacto na vida da pandemia na vida de jovens trabalhadoras (informes de Lucy Dias e Jacqueline Takara)
Para encerrar nosso ciclo de debates do mês de março, contamos com informes importantes sobre o panorama da situação econômica mundial, focando na perspectiva de que a crise que vivemos hoje não foi gerada pela pandemia, apenas itensificada por ela, e que já estávamos em um momento de profunda crise no sistema capitalista. Foi discutido, através de conceitos econômicos clássicos da teoria marxista, como a origem do lucro da burguesia e como, hoje, com a pandemia, o capitalismo tem levando à mortes em massa de trabalhadores e, ao mesmo tempo, ao agravamento da situação de miséria com o aumento do número de desempregados e com a elevação da exploração da força de trabalho. Os informes trouxeram a conclusão de que apenas uma economia gerida pelos trabalhadores é capaz de resolver a crise capitalista e toda a barbárie por ele produzida. Por fim, através de dados e análises recentes pudemos ver o quanto esse cenário afeta sobretudo a juventude e as mulheres no mundo todo.
Foram debates abrangentes e de diversas temáticas que permitiriam compreender a situação da mulher trabalhadora no Brasil e no mundo, assim como sua perspectiva de luta e a urgência e importância de nossas tarefas! Teremos eventos de formação, círculos de leituras, palestras e debates ao longo de todo o ano de 2021. Nos acompanhe pelo blog do Mulheres Pelo Socialismo e pelo Facebook.
Apenas a organização dos trabalhadores na luta pela derrubada desse sistema nos levará a conquista de nossa verdadeira emancipação!
Junte-se ao Mulheres Pelo Socialismo, em defesa da emancipação das mulheres, de toda a classe trabalhadora e da juventude!