Desde o início da pandemia as mantenedoras das universidades privadas se mostraram completamente alheias ao bem-estar dos estudantes e dos funcionários. A Laureate, mantenedora da FMU, não garantiu as condições necessárias para a continuidade dos estudos e do trabalho, levando diversos estudantes ao trancamento da matrícula e fazendo com que muitos professores tivessem que se adaptar à nova forma de dar aula sem auxílio da instituição. Agora, após quatro meses de suspensão das aulas presenciais – com uma péssima administração que não consegue suprir as necessidades dos estudantes e que realiza ataques constantes –, a universidade ganhou a liberação do governo do estado de São Paulo para retornar às atividades presenciais.
Essa liberação expõe as contradições de um governo capitalista, que defende o lucro dos empresários, em detrimento da saúde da população. Bruno Covas e João Doria, ambos do PSDB, se aliaram a Bolsonaro para flexibilizar o isolamento social, mesmo com números crescentes de mortes (mais de 80 mil no Brasil e quase 20 mil somente em São Paulo). O isolamento adotado até então foi ineficaz e não permitiu que todas as pessoas ficassem em suas casas efetivamente, uma vez que empresas e indústrias de serviços não essenciais continuaram funcionando por todo o período da pandemia. Com um auxílio emergencial mísero, os trabalhadores se viram obrigados a continuar trabalhando, correndo risco de contaminação e morte.
Trabalhadores e a juventude morrem todos os dias, privados de seus direitos básicos. E agora, além de tudo, se deparam com a notícia de um retorno às aulas presenciais. Se o isolamento não foi absoluto e seguro, é evidente que um retorno, nesse momento, também não será. Nós, estudantes da FMU, lidamos cotidianamente com a péssima infraestrutura dos prédios, salas mal ventiladas e superlotadas, falta de suprimentos de higiene como sabonete e papel higiênico, além do total descaso em relação às nossas queixas.
Sabemos que essa situação se estende para outras universidades particulares. Os governos federal, estadual e municipal estão declarando, mais uma vez, que nossas vidas não valem nada e que seu lado é o dos empresários, que na educação, impõem diversos ataques aos estudantes, buscando aumentar seus lucros, resultando na precarização da educação.
Só teremos perspectiva de um retorno seguro com o fim da pandemia. Somente com a garantia de renda para todos os trabalhadores e garantia de educação remota para todos os estudantes, poderemos realizar um isolamento social efetivo, que não coloque em risco a vida dos trabalhadores e da juventude.
Portanto nós, do Comitê por Fora Bolsonaro dos Estudantes da FMU somos contra o retorno das aulas presenciais! Não admitimos colocar em risco nossas vidas e de nossos familiares. Exigimos um ensino remoto, gratuito e para todos , até que possamos retornar às aulas presenciais com segurança.
A luta contra o retorno das atividades presenciais durante a pandemia deve estar associada à luta pela federalização das universidades privadas e por uma educação pública, gratuita e para todos. A juventude trabalhadora não pode pagar pelas atrocidades cometidas por esse governo que serve à burguesia e nos ataca diariamente. Assim, lutamos pelo Fora Bolsonaro, por um governo dos trabalhadores sem patrões nem generais.
- Não ao retorno das aulas presenciais!
- Em defesa da educação pública, gratuita e para todos!
- Não às demissões!
- Garantia de estudo para todos os estudantes e de trabalho para todos os professores!
- Fora Laureate, Federalização!
- Fora Bolsonaro! Por um governo dos trabalhadores sem patrões nem generais!
- Pelo direito ao isolamento absoluto! Lockdown já!