Há quase dois meses, estudantes secundaristas de mais de setenta colégios estaduais do Rio de Janeiro vêm ocupando as unidades em que estudam, lutando por condições dignas de aprendizagem e por uma gestão escolar que seja construída efetivamente de forma democrática e participativa. Em meio a isso, estudantes das escolas ocupadas da coordenaria metropolitana III vêm enfrentando a intransigência do Coordenador Regional, Alan Figueiredo Marques.
Há quase dois meses, estudantes secundaristas de mais de setenta colégios estaduais do Rio de Janeiro vêm ocupando as unidades em que estudam, lutando por condições dignas de aprendizagem e por uma gestão escolar que seja construída efetivamente de forma democrática e participativa. Conscientes de seu papel na luta por uma educação pública de qualidade, estudantes das escolas ocupadas da coordenaria metropolitana III vêm enfrentando a intransigência do Coordenador Regional, Alan Figueiredo Marques, que se nega a assumir o compromisso de atender concretamente ao conjunto das pautas estudantis.
Nas últimas semanas, escolas da coordenadoria vêm sendo severamente atacadas por movimentos contrários às ocupações. Tais investidas começaram a ser organizadas através das redes sociais e foram incentivadas por membros da própria Secretaria de Estado de Educação. Com ares de barbárie, os últimos ataques têm sido delineados por um discurso intrinsecamente fascista e por ações de extrema violência, com envolvimento de milicianos e, inclusive, de policiais militares.
Hoje, o Colégio Cairu esteve em vias de ser invadido por pessoas armadas com facas e o Colégio Central do Brasil foi desocupado após os estudantes terem sido ameaçados de morte. Nem a Seeduc, tampouco a Secretaria de Segurança Pública assumiram em momento algum o necessário compromisso com a segurança dos estudantes que estão nas ocupações. Diante de tamanha barbaridade, cerca de vinte professores grevistas se dirigiram à sede da Metro III para buscar junto ao Coordenador Regional o compromisso de que o Estado se responsabilize pela segurança dos estudantes das ocupações, combatendo os movimentos Desocupa e culpabilizando todos os envolvidos nos recentes atos de violência.
Após apresentarmos nossa pauta de reivindicações, que incluía um urgente Plano de Obras para as escolas em condições mais precárias, o Coordenador Alan visitou os colégios Cairu e Central do Brasil. Acordamos, após seu retorno à Metro, uma reunião para definirmos a implementação da pauta. Enquanto aguardávamos, estudantes do Colégio Central do Brasil entraram na sede da coordenadoria e comunicaram a ocupação da mesma para reivindicar a segurança de todas as ocupações e a garantia da própria segurança. O referido Coordenador, entretanto, deixou a sede da Metro III sem ouvir professores ou estudantes.
Em reunião, ao contrário do que noticiou o Jornal O Dia, os professores que estavam na Coordenadoria decidiram deixar o prédio e manifestam, por este comunicado, seu total apoio à ocupação e à luta dos estudantes do Colégio Central do Brasil. Urge que o Estado, enfim, se responsabilize pela vida dos estudantes das ocupações, que investigue todos os responsáveis pelas ações violentas perpetradas contra os alunos e que afaste os membros da Secretaria de Educação que, de alguma forma, participaram das referidas ações.
Assinam esta nota: Regional 2, Regional 3, professores grevistas e Associação de Pais e Alunos