Os professores Admitidos em Caráter Temporário (ACT), assim como toda a categoria do magistério catarinense, sofreram mais um golpe por parte do governador Carlos Moisés (PSL) e seu Secretário de Educação Luiz Fernando Vampiro.
No dia 29 de outubro, a Secretaria de Estado da Educação anunciou em suas redes sociais o rompimento de contrato com a Selecon, empresa contratada que seria responsável por aplicar a prova de contratação de professores temporários no estado e o adiamento da prova que se realizaria no dia 07 de novembro, postergando o certame para dezembro em data indefinida.
A empresa alega que o contrato assinado com o Governo de Santa Catarina foi acordado estipulando uma previsão de 45 mil inscritos, fazendo uma média da participação dos professores nos anos anteriores, e que o processo se inviabilizou após o governo não querer rever os valores dos contratos, já que com a procura de mais de 75 mil inscritos, com forte procura de professores desempregados de fora do estado, teria que multiplicar a logística para a aplicação da prova para todos.
Por mais que existam desculpas e conflitos por parte da empresa Selecon e do Governo Moisés, os professores de Santa Catarina não têm culpa do fracasso administrativo que toma conta da Secretaria de Educação e se sentem lesados, pois estão se preparando para um processo que na normalidade costuma sempre ser muito tenso, já que está em jogo os próximos dois anos de trabalho do trabalhador que se dedica a fazer a prova.
Todos os 75 mil inscritos planejaram estar nas respectivas cidades de suas provas no dia 07 de novembro. Muitos desses professores, de outros estados, que afetados pelos altos níveis de desemprego que assolam o Brasil, e pela ideia que receberão um salário base de R$ 5.000, colocaram suas fichas em um êxodo rumo ao processo seletivo. Há relatos em grupos de professores “ACTs” que muitos já haviam reservado passagem e hospedagem para o dia da prova e que perderam “quase” todo dinheiro investido na prova, que se realizaria no início do mês de novembro.
É ponderado “quase todo dinheiro” porque o governo já avisou que quem não puder mudar de data para a realização da prova, terá o dinheiro investido na taxa de inscrição de volta. O que não resolve o problema de ninguém.
É importante salientar que o governo de SC não passa de um balcão de negócios da burguesia, e que todos os recursos possíveis são poupados não somente na Educação, mas também na saúde. Diante desse fato, o número de professores contratados temporariamente é mais da metade do número total de servidores da educação, problema que seria resolvido com a realização de novos concursos públicos e com a contratação de toda mão de obra necessária de maneira efetiva.
Não existem ganhos para a classe trabalhadora sem que exista luta. A prova de que não se deve acreditar nas “boas ações” de Moisés e Vampiro são as últimas ações políticas do governo de SC, onde prometia um salário base de R$ 5.000 e entregou um salário cheio de descontos, onde o aumento real não cobriu a inflação na grande parte dos vencimentos.
Para conseguir algo frente aos inimigos da educação, a organização dos trabalhadores é fundamental. Para isso, se faz necessário um Sinte que seja forte e mobilize os trabalhadores frente às lutas. Mas as derrotas que a categoria tem sofrido nos últimos anos revelam uma instituição sindical morna, burocratizada e protocolar.
Durante os últimos dias, os professores têm esperado um posicionamento do Sinte, cobrando o governo do estado por respostas, mas a direção sindical tem se mostrado inoperante, agindo mais como mera informante, diante de mais um ataque da SED frente ao magistério de Santa Catarina, lançando apenas boletins que nada tem de diferente dos já postados pelo governo do estado.
A Corrente Sindical Esquerda Marxista exige respeito e uma solução definitiva para as contratações de professores temporários.