Na tarde do dia 7 de abril, dois trabalhadores rurais sem-terra foram covardemente assassinados e outros ficaram gravemente feridos, após uma ação realizada pela Polícia Militar do Paraná e jagunços contratados pela empresa Arapuel Celulose, no acampamento Dom Tomás Balduíno, localizado na região de Quedas do Iguaçu, no Centro-Sul do estado do Paraná.
Na tarde do dia 7 de abril, dois trabalhadores rurais sem-terra foram covardemente assassinados e outros ficaram gravemente feridos, após uma ação realizada pela Polícia Militar do Paraná e jagunços contratados pela empresa Arapuel Celulose, no acampamento Dom Tomás Balduíno, localizado na região de Quedas do Iguaçu, no Centro-Sul do estado do Paraná.
O acampamento teve início em maio de 2015, possui cerca de 1,5 mil famílias e está localizado em uma área grilada pela empresa Arapuel. Trata-se, portanto, como afirma decisão da própria Justiça Federal, por conta da grilagem, de área pertencente à União e que deve ser destinada à Reforma Agrária.
A Polícia Militar do Paraná alegou, em nota, ter sido vítima de uma emboscada. Nada mais falso! Não houve confronto algum! Os trabalhadores rurais sem-terra foram baleados pelas costas o que demostra de forma escancarada que estavam fugindo e não enfrentando a PM e os jagunços da Arapuel. A truculência da PM do Paraná é amplamente conhecida. Há um ano organizou e promoveu, a mando do governador Beto Richa (PSDB), um verdadeiro massacre, em Curitiba, contra os servidores públicos estaduais em greve.
Segundo nota do MST do Paraná, “A Polícia Militar criou um clima de terror na cidade de Quedas do Iguaçu, tomou as ruas, cercou a delegacia e os hospitais de Quedas do Iguaçu e Cascavel para onde foram levados os feridos, e impediu qualquer contato das vítimas com os familiares, advogados e imprensa”.
Entendemos que a ação promovida pela Polícia Militar do Paraná e jagunços da Arapuel, infelizmente, não é um caso isolado, mas faz parte de um amplo processo de criminalização dos movimentos sociais promovido pelos agentes do Estado. A lei antiterrorismo e a aliança do governo Federal com o agronegócio, em que a ministra Kátia Abreu é o maior expoente, agudizam essa situação na medida em que bloqueiam a Reforma Agrária no país.
O governador Beto Richa (PSDB), o Chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni (PSDB), e o Secretário de Segurança Pública do Paraná, Wagner Mesquita, são os responsáveis diretos pelo assassinato dos trabalhadores rurais sem-terra e devem ser punidos por isso.
Nesse sentido, repudiamos veementemente a emboscada promovida pela PM do Paraná em conjunto com os jagunços da Arapuel, a mando dos chefes de Estado, e exigimos:
– Investigação e punição imediata dos assassinos – PM´s e Jagunços – e dos mandantes e responsáveis diretos – Chefes do Executivo e donos da empresa Arapuel – pela operação.
– As áreas griladas pela Arapuel devem ser imediatamente destinadas à Reforma Agrária! Reforma Agrária Já!
– Contra a repressão e a criminalização dos movimentos sociais!