As desonerações na folha de pagamento geram déficit na previdência. Quem paga a conta?
A Previdência Social deverá receber recursos oriundos das sobras da administração pública de 2013. A Medida Provisória 661 autorizou que parte destes recursos, resultado do superávit naquele ano, seja destinada a cobrir o resultado negativo da Previdência que, segundo o governo, terá rombo de R$ 50 bilhões em 2014.
Em geral, estes recursos são usados para pagar a dívida pública, agora poderão também pagar o chamado déficit na Previdência. Mas, é claro, nenhum risco está colocado no religioso pagamento da dívida pública para os banqueiros.
O buraco nas contas da previdência decorre, dentre outras coisas, pelo fato de que o governo desonerou a folha de pagamentos para beneficiar os empresários e agora tem que cobrir R$ 19,9 bilhões (valor estimado entre janeiro e outubro) que foram pelo ralo, ou melhor, foram para engordar as contas dos empresários, muitos dos quais seguem sonegando o INSS, demitindo e cortando direitos.
Além disso, o governo aumentou em R$ 3,5 bilhões o repasse do Tesouro. Ou seja, o governo retirou recursos pagos pelos trabalhadores para financiar os empresários.
Enquanto isso, empresários, governo e seus ministros da área econômica jogam a culpa do rombo no aumento do número de pessoas que se utilizam dos benefícios do INSS. A verdade é que o Fator Previdenciário segue castigando os trabalhadores, as pensões seguem sendo corroídas pela alta do custo de vida e pela inflação.
A luta de todos deve ser pelo fim imediato do Fator Previdenciário, aposentadoria aos 30 anos de serviço, estatização das empresas sonegadoras e que sejam colocadas sob o controle dos trabalhadores, fim das isenções e anistias aos empresários, revogação de todas as chamadas reformas da previdência.