No dia seguinte da votação do impeachment na Câmara de Deputados, quando o Brasil viu o circo de mediocridade e obscurantismo político dos deputados burgueses, a CUT, o MST e o MTST reagiram convocando uma “Assembleia Nacional de Trabalhadores” para o 1º de maio. Sob o impacto do espetáculo do Congresso, ergueram o punho e declararam guerra e luta de classes, auto-organização dos trabalhadores para a luta. Pura bravata!
No dia seguinte da votação do impeachment na Câmara de Deputados, quando o Brasil viu o circo de mediocridade e obscurantismo político dos deputados burgueses, a CUT, o MST e o MTST reagiram convocando uma “Assembleia Nacional de Trabalhadores” para o 1º de maio. Sob o impacto do espetáculo do Congresso, ergueram o punho e declararam guerra e luta de classes, auto-organização dos trabalhadores para a luta.
Pura bravata! Durante a semana foram se fazendo de distraídos, mudando as palavras de ordem, chorando pela democracia, convocando shows e atos com “Pula-Pula” e “piscina de bolinhas”, músicos e outros animadores de plateias. A “Assembleia Nacional de Trabalhadores” foi esquecida e substituída pela defesa do governo e da democracia, leia-se: defesa das atuais instituições e deste governo traidor, estelionatário e privatizador.
Foi uma semana, enfim, de mudança de plumagem, de esquecimento da luta de classes e da tal “Assembleia Nacional de Trabalhadores”. Acabou-se com um 1º de maio com atos fracassados, esvaziados e melancólicos, nutridos por música, cerveja e “atos culturais”. Em SP, os presentes ainda tiveram que ouvir uma Dilma sem rumo, sem política e fazendo seu próprio elogio com a empolgação de um bêbado em um velório.
Reduziram a luta contra o impeachment à defesa do governo, anunciando aumento da Bolsa Família, uma esmola estatal que a Esquerda Marxista sempre denunciou como uma contrarrevolucionária política compensatória ditada pelo Banco Mundial para controlar a luta de classes e impedir explosões sociais. Eles esconderam a verdadeira essência do governo, que é governar para manter o capital e a exploração da classe trabalhadora. E isso os está liquidando no seio da classe trabalhadora e da juventude, que enxergam, mesmo que de forma confusa, o que eles pretendem esconder.
Mas este 1º de maio fracassado demonstrou mais que apenas a falência moral e política das direções que controlam as maiores organizações sindicais e movimentos sociais. Mostrou que elas perderam o poder de convocatória que tinham. Elas convocavam e milhões respondiam aos seus chamados. Agora, não mais. A expressiva venda de jornais Foice&Martelo, da revista América Socialista e a excelente intervenção militante de Liberdade e Luta mostram que temos uma política bem acolhida e um caminho a oferecer.
Os dirigentes da CUT convocaram uma paralização nacional para 10 de maio contra o impeachment. Nem eles acreditam que o país vá parar. No máximo, vão realizar atividades do tipo que fez o MTST, em 29 de abril, trancando ruas e estradas e queimando pneus só com uma vanguarda militante que busca substituir as massas que eles não conseguem mover, buscando dar a impressão de que estão em luta. Este tipo de atitude, de substituir as massas, é profundamente danoso ao movimento e só isola a vanguarda das amplas massas.
A consciência dos trabalhadores e da juventude já vive à frente destes líderes, que representam o passado e não o sentimento atual das massas. Por isso, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC não conseguiu paralisar sequer uma fábrica em defesa do governo Dilma, apesar dos esforços feitos. Os operários não apoiam mais este governo e estão cheios da manipulação destes líderes.
O governo Temer não tem nenhuma chance de frutificar e se manter estável. Saído de uma profunda crise e sem apoio das massas, este governo de ataque só vai aprofundar a crise política e econômica. Com a desconfiança da classe em suas antigas direções, com a raiva em relação ao governo Dilma e a certeza de que o governo Temer não traz nada de bom, as próximas semanas e meses serão de expectativas, de exame das forças, de constatação dos ataques e da procura de um caminho para resistir. Novas lideranças começarão a surgir desde as bases.
As atuais direções majoritárias continuarão se movendo à direita, tão “realistas” que são, assim como foi com as direções sindicais na Espanha, na França, na Itália e na Grécia. Todos os seus movimentos e convocatórias terão como objetivo soltar pressão e continuar o jogo. Mas, as massas não vão segui-los e vão lutar.
Como explicou León Trotsky “A roda da história é mais forte do que os aparelhos”. E essa roda é a luta de classes que ninguém pode apagar, nem mesmo o deprimido Lula que tentou durante trinta anos provar que era possível harmonizar capital e trabalho.
Os próximos meses serão um caldeirão fervente no país e uma fábrica de militantes revolucionários para a Esquerda Marxista. Temos uma organização nacional e internacional, um jornal, uma revista teórica, um site bem acessado, militantes animados e aguerridos, métodos proletários, implantação sindical, uma juventude maravilhosa e uma política de combate contra o capital, seus partidos e instituições. Ao combate, camaradas!