Poema enviado pelo camarada Leonardo Mendes, do Rio de Janeiro. Inspirado pela resistência à repressão policial nas últimas manifestações. Publicamos o poema exatamente como nos foi enviado. A arte independente é revolucionária!
Aos camaradas da Esquerda Marxista e da Liberdade e Luta
A astúcia de Ulisses
você que me impele a ser
Ninguém diante à repressão
da polícia, do algoz,
e me leva a ver a mim
espalhado em quem sem cor
age, brumando o nariz
com pimenta e o peito:
vulvo sangre.
os gases imperdoáveis
perpetuarão teus ares
no chão do trabalho
roubado,
na chã que falta
à mesa
nenhum relevo revela
a verdade do ser pobre:
sem sombra apenas clarão
da fome,
sem sombra. sem dúvida.
eles não sabem: – Nós vamos lhe dividir
ao meio, algoz, poliça,
seu dedo engatilho traíra a
consciência terceirizada
em patentes, em capital.
você, crescente atrito que arde
os olhos, meus olhos? gás? não.
no tempo perduro,
contigo
um pouco mais
dentro de mim.
você, Partido da Revolução