A saúde mental dos jovens é uma preocupação cada vez maior, e com a pandemia, a situação se agravou ainda mais. Pesquisas mostram que os brasileiros entre 18 e 24 anos foram os mais afetados mentalmente (fonte: Ipec). Mas é necessário entender o porquê disso.
O capitalismo não oferece qualquer perspectiva para a juventude, a maior parte dos filhos da classe trabalhadora não realizam o sonho de ingressar numa universidade pública, pois são barrados pelo vestibular, acabando condenados a empregos informais ou se endividando numa faculdade particular. Ademais, os que conseguem ingressar, sofrem com a permanência. Os cortes na educação ameaçam a continuidade dos alunos na graduação, com a falta de bolsas de auxílio, moradia estudantil, bolsas de pesquisa, etc., fica quase impossível se manter na universidade. Na Universidade de São Paulo (USP), por exemplo, o número de estudantes contemplados pelo PAPFE (Programa de Apoio à Permanência e Formação Estudantil) caiu 52,8%, enquanto em 2019 se tinha 7500 estudantes contemplados, em 2020 esse número caiu para 3540 (fonte: Divisão de Promoção Social da SAS). E essa falta de suporte levou muitos estudantes a trancarem o curso.
O número de desemprego também cresceu muito durante a pandemia, e é claro que a exaustão e o estresse gerados por trabalhar e estudar ao mesmo tempo são notórios, mas para a grande maioria é a única forma de se manter estudando nesse sistema. Como ter cabeça para estudar sem a certeza de que terá o que comer amanhã? Por si só, a pressão dentro da universidade é enorme, desde seu ingresso até a sua conclusão, além da concorrência do vestibular, durante o período acadêmico os estudantes são obrigados a concorrer entre si por bolsas de pesquisa, estágios, intercâmbios e às vezes até por vagas em turmas lotadas. Para mais, além do clima de competitividade, os níveis de exigência são angustiantes, com a finalidade de se tornar um profissional capaz de competir por uma vaga ou um espaço no mercado.
Além da insegurança alimentar, também foi agravada pela pandemia a insegurança de saúde. O medo de adoecer ou perder alguém próximo são maiores ainda quando se falta leitos, oxigênio, vacina, medicamentos, entre outros. O SUS sofre cada vez mais com o sucateamento e a terceirização, fazendo com que muitas pessoas não recebam os cuidados necessários para com sua saúde, e às vezes sequer são atendidas.
Portanto, é claro que a pandemia piorou drasticamente a saúde mental dos jovens, entretanto ela não é a única causa do sofrimento psicológico. Atualmente nem mesmo um curso superior garante uma perspectiva de futuro, o desemprego é alarmante, as pressões são infinitas, colocando em risco além da saúde mental da juventude, mas também sua vida.
São muitos os jovens que sucumbem ao desespero da falta de perspectiva e da pressão, sendo presas fáceis para as drogas, o álcool e para atentados contra a própria vida. O sistema capitalista só nos oferece morte e sofrimento e uma perspectiva de saída passa pela luta coletiva. Individualmente é muito difícil suportar as enormes pressões, mas coletivamente podemos encontrar apoio para lutar e para não cair. Coletivamente é possível derrubar esse sistema e esse governo de descaso com a vida da juventude e dos trabalhadores.
A juventude quer viver e quer um futuro e já que o capitalismo não pode nos oferecer uma vida digna de alegria e plenitude, ele que morra!
Junte-se à luta pelo socialismo!
Neste sábado (23/10) será realizada a Conferência Nacional da Liberdade e Luta. Venha construir conosco! Inscreva-se: https://forms.gle/da5UPqStF4zwc8gGA