Os trabalhadores do serviço público municipal de Florianópolis, Santa Catarina, entraram em greve na tarde de ontem (29/4).
Os trabalhadores do serviço público municipal de Florianópolis, Santa Catarina, entraram em greve na tarde de ontem (29/4).
A decisão foi tomada em assembleia com a presença de quatro mil servidores, segundo o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis (Sintrasem), que é dirigido majoritariamente pela Esquerda Marxista. A categoria considerou as propostas do governo Cesar Sousa Jr. (PSD) insuficientes e desrespeitosas. Em Joinville a situação é semelhante.
A Campanha Salarial dos servidores da capital foi lançada no dia 21 de março. Desde então, várias reuniões foram feitas com a prefeitura para debater o atendimento das cobranças da categoria. Os servidores pediram um reajuste baseado no maior índice inflacionário (IGP-M, IGP-DI, INPC, ICV, IPC), o que significaria aproximadamente 8%, mais 5% de ganho real. Porém, a prefeitura fez uma média entre estes índices e ofereceu apenas 6,88%. Além disso, deixaram de ser atendidos pontos importantes da pauta como o envio à Câmara de Vereadores do novo Plano de Carreira do Quadro Civil, aplicação integral da Lei do Piso do Magistério, aumento no vale-alimentação, entre outras reivindicações.
Diante disso, no dia 17 de abril, uma assembleia avaliou as respostas do Executivo, e declarou o Estado de Greve, mas ainda assim não houve avanços nas negociações.
Durante o dia de hoje (terça-feira), comandos de greve percorrerão os locais de trabalho para mobilizar os servidores que ainda não paralisaram. À tarde, uma passeata sai da Catedral Metropolitana e percorre o Centro da cidade. Uma reunião com a prefeitura está agendada para o final da tarde. O encontro reabrirá as discussões da pauta de reivindicações.
Semelhanças com Joinville
A falta de dinheiro nos caixas da prefeitura é a principal desculpa do governo de Florianópolis para não atender as reivindicações dos servidores. Este argumento também tem sido empregado pelo prefeito Udo Döhler (PMDB), em Joinville, Santa Catarina.
Nesta cidade os trabalhadores avaliarão a proposta do Executivo em assembleia no dia 6 de maio. O resultado das rodadas de negociações até agora foram: proposta de 4% de reajuste – os trabalhadores pediam o INPC, que está em 7,21%, mais 5% de ganho real –, zero no vale alimentação e recusa da maioria dos pontos da pauta de reivindicações. Caso o cenário seja o mesmo enfrentado na capital, há a possibilidade de a categoria optar por uma greve.
O Sindicato dos Servidores Públicos dos Municípios de Joinville, Garuva e Itapoá também é dirigido pela Esquerda Marxista.