A Corrente Sindical Esquerda Marxista denuncia e repudia veementemente a postura da Polícia militar e do Batalhão de Operações Especiais (Bope), pela invasão de domicilio sofrida por uma militante do PCB no sábado de 27 de agosto. Nos últimos meses, o PCB tem atuado, entre outros, junto às 100 famílias da Ocupação Marighela em Palhoça, que lutam para garantir seu direito legal à moradia, num terreno usado para especulação imobiliária que não cumpre sua função constitucional, estando desocupado há mais de 10 anos. O direito das famílias é alvo de uma encarniçada luta na qual a truculência da polícia militar na região é cotidiana, num esforço de criminalizar a batalha das famílias por dignidade. Os agentes armados que cometeram crime de invasão à casa da militante, que mora sozinha, não apresentaram nem mandado, nem as razões pelas quais a assediaram dentro de sua própria residência, dizendo apenas que queriam fazer perguntas. Na reunião entre representantes do comando da Polícia Militar e representantes da vítima, ocorrida no dia 5 de setembro, o comando se limitou a dizer que irá investigar o caso para que ele não se repita. No dia anterior à invasão (26 de agosto), outra militante teve a casa vigiada e sua porta forçada, o que ocorreu no dia em que três agentes à paisana estiveram no local, segundo a síndica do prédio e moradores. A escalada de perseguição contra a classe trabalhadora organizada deve ser entendida pelo que realmente é, qual seja, crime do Estado contra sua população. A crise estrutural do capitalismo brasileiro e mundial degenera aceleradamente as condições de vida das famílias trabalhadoras, sincronicamente à enorme concentração da riqueza social que promove nos bolsos das elites. Esta é a natureza deste sistema, que, no entanto se recrudesce. Não temos dúvidas que a conflagração social entre os que lutam por construir outra sociedade, ou simplesmente por justiça, e os que gozam desta situação, aumentará. E entre eles, estará o Estado a serviço da burguesia e suas forças militares. Seu papel é garantir que a abundância criada pelo povo seja enjaulada para não criar um mundo novo, mascarando a miséria, o desalento e o jugo como acidentais ou transitórios. Tenhamos claro que o objetivo destas ações não é outro senão disseminar o medo e promover a desorganização dos militantes revolucionários, causando sua desarticulação com o conjunto da classe trabalhadora. Devemos denunciar, resistir e cobrar o Estado por seus próprios crimes, conscientes de que eles aumentarão e que somente num Estado proletário a justiça pode vicejar. Se enganam aqueles que pensam que os comunistas desistem. No coração de um comunista, injustiça é gasolina. Persistiremos e seremos milhões. Toda nossa solidariedade aos militantes do PCB.
Viva a revolução e o Socialismo!
Comitê Regional Florianópolis da Esquerda Marxista,
20 de outubro 2022.