Os moradores do bairro Morro do Amaral, comunidade mais antiga da cidade de Joinville, sofreram um ataque por parte do prefeito Adriano Silva (Partido Novo) na última quinta-feira (8/7). Três imóveis foram colocados no chão, e a prefeitura já sinalizou que estes constavam em uma lista de 71 a serem demolidos na localidade.
A Esquerda Marxista esteve no ato que ocorreu em frente à prefeitura na sexta-feira (9/7) para apoiar os moradores da comunidade que foram até lá para buscar respostas e protestar contra a truculência da gestão municipal.
Segundo relatos, nenhum aviso prévio foi recebido antes da derrubada e todos os imóveis pertenciam a moradores nativos. Como o caso de Michael de França, pai de três filhos, que com os olhos marejados contou que finalizava sua “casinha” depois de oito anos de trabalho e viu seu sonho ir embora em menos de uma hora. Michael esteve no ato acompanhado de seu pai, Mauro de França, 57 anos, que nasceu e criou os filhos na localidade, cuja Escola Municipal Professor Reinaldo Pedro de França carrega o nome de seu pai, antigo educador e morador da comunidade.
É facilmente perceptível que todos os imóveis derrubados pertenciam a moradores que têm suas vidas ligadas diretamente à história do Morro do Amaral. E que essas histórias, bem como o direito à moradia dessas pessoas foram arrancados de forma brutal.
Enquanto uma comissão formada por moradores foi chamada para uma reunião no gabinete do prefeito, várias pessoas fizeram falas contando suas histórias, além disso a militante da Esquerda Marxista, Mayara Colzani, fez uma fala em solidariedade aos moradores do Morro do Amaral em defesa da vida, moradia e regularização fundiária. Após a reunião, os membros da comissão saíram intimidados por representantes da prefeitura e autoridade policial, que ao serem questionados sobre o pagamento de indenização pelas casas demolidas, responderam com ameaças de que poderiam prender os moradores por estarem ocupando aquela área. Ou seja, nenhuma confiança podemos ter em um governo de ataque aos oprimidos dessa cidade. Nunca estiveram na ordem do dia do Prefeito Adriano Silva a questão da moradia e a regularização fundiária. Aos moradores do Morro do Amaral resta a organização e a luta. Enquanto morar for um direito, ocupar é um dever.
O Morro do Amaral passou a ser uma Reserva de Desenvolvimento Sustentável em 2012. Em 2018 o então secretário de habitação Romeu de Oliveira, disse em entrevista que a prefeitura tinha ciência do aumento populacional na região, mas não sabia responder que alternativas seriam dadas para essas famílias. Na mesma entrevista ele afirma que a habitação tem ciência de que os moradores tinham o direito de permanecer no local.
“O Morro do Amaral é uma área que chega a ser mais velha do que o próprio município. Tem famílias com raízes ali, e não temos como tirar todo mundo porque elas têm o direito de estar lá“, afirmou o secretário, que ainda se comprometeu com a elaboração de um plano de manejo que segundo ele, determinaria como seria feita a regularização fundiária. Porém a promessa feita aos moradores, não foi cumprida.
E agora sob a gestão do prefeito Adriano a prefeitura mostrou agilidade, mas não em auxiliar as famílias na regularização de suas moradias e sim no avanço da retiradas de seus direitos, mesmo durante a pandemia que já causa tanto sofrimento e prejuízos a população os moradores voltam a lidar com o medo e a insegurança dentro de seus lares.
O prefeito Adriano comprova logo nos primeiros meses de seu mandato sua proximidade com a política do Governo Federal de ataque aos direitos da população pobre. Sentam-se nas mesas fartas da burguesia, enquanto seus tratores reprimem e derrubam os sonhos das famílias dos trabalhadores.
A Esquerda Marxista se solidariza com as perdas dos moradores do Morro do Amaral, que após décadas de abandono e desamparo foram às ruas protestar contra a retirada de seus direitos. Portanto, reafirmamos que a única maneira de garantir que todos tenham comida na mesa, moradia, saúde e educação é acabar com o capitalismo, verdadeiro responsável pelo sofrimento da classe trabalhadora.
- Nenhuma demolição no Morro do Amaral e de nenhuma outra ocupação!
- Nenhuma ameaça aos moradores da comunidade!
- Pela reposição das perdas dos trabalhadores e pelo direito à moradia!
- Toda solidariedade aos moradores do Morro do Amaral!
- Abaixo Bolsonaro Já! Por um governo dos trabalhadores sem patrões nem generais!
- Pela regularização fundiária!