Médicos cubanos que trabalham em Sumaré vieram conhecer a história da Fábrica Ocupada Flaskô. Junto com o Senador Suplicy, visitaram a fábrica, assistiram um filme sobre nossa história e nossas campanhas. Fizemos um almoço à cubana, com porco no rolete.
No último domingo, dia 01 de junho, realizamos uma grande atividade. Convidamo(a)s o(a)s médico(a)s cubano(a)s que estão trabalhando e morando em Sumaré para conhecer a histórica da Fábrica Ocupada Flaskô, realizando uma visita à fábrica, assistir um filme sobre nossa história e nossas campanhas, bem como para nos conhecermos melhor, socializarmos, fazendo com que se sintam à vontade. Fizemos um almoço à cubana, com porco no rolete, muita salada e com variedades de arroz tipicamente cubanos. Foi uma delícia. Uma grande atividade.
O clima de descontração foi incrível, criando verdadeiros laços de amizade entre todos. Somente em uma fábrica ocupada e com médicos formados sob uma perspectiva humanitária, é que operadores de máquinas puderem dançar forró e salsa com os doutores, numa boa, num clima irreverente e amistoso. Somente em uma fábrica ocupada, médicos resolvem cantar, tocar violão e teclado, de forma improvisada, e arranca lágrimas dos olhos de todos os presentes.
Além dos trabalhadores da Flaskô, estiveram presentes moradores da Vila Operária, amigos do bairro, todos que já foram atendidos pelos médios cubanos na região de Sumaré, vereadores de Sumaré e Campinas, militantes da Esquerda Marxista, o deputado estadual Tito (PT/SP), e a ilustre presença do Senador Eduardo Suplicy (PT/SP), que convidado pelos trabalhadores da Flaskô, esteve presente para assumir o compromisso de apoio à todas as medidas institucionais reivindicadas pela Fábrica Ocupada, buscando reverter a lógica de responsabilização tributária dos trabalhadores, combatendo, assim, os leilões de máquinas, como o que está marcado para ocorrer no próximo dia 09 de junho. Uma carta do Senador será enviada à todos os órgãos públicos envolvidos, inclusive ao Juiz de Sumaré.
Sobre a atividade com os médicos de Cuba, explicamos que no capitalismo, assim como outros direitos sociais e serviços públicos, a saúde é tratada como mercadoria. Na fábrica ocupada Flaskô, nós trabalhadores sempre reivindicamos a necessidade de melhorias na saúde pública, universalizando seu acesso, estruturando os hospitais, postos de saúde, ambulâncias, além de garantir médicos e enfermeiros em número suficiente para atender a população, bem como garantindo salários dignos e boas condições de trabalho.
Na fábrica ocupada Flaskô, defendemos a estatização sob controle operário como única saída para uma perspectiva de classe, em direção ao socialismo. Somente com a expropriação dos grandes meios de produção conseguiremos destruir o capitalismo e garantir a defesa dos interesses dos trabalhadores.
Nestes quase 11 anos de luta, sempre estivemos em solidariedade com a classe trabalhadora de todo o mundo. Sempre também pudemos contar com o apoio internacional de diferentes sindicatos e organizações, justamente porque sabemos que não é possível a construção do socialismo em um só país, assim como é impossível manter uma fábrica sob controle operário isolada no capitalismo. Estamos em um grande embate contra qualquer fechamento da fábrica. No próximo dia 09/06 temos, pela primeira vez, seis leilões marcados de uma só vez. No dia 12/06, completamos 11 anos da luta pela estatização sob controle operário. Sabemos que somente a unidade de classe fará com que tenhamos força para modificar a situação política vigente, e desde junho de 2013 no Brasil, um novo patamar de luta está se construindo.
Nesse sentido, saudamos a resistência da classe trabalhadora cubana, que apesar dos embargos criminosos dos Estados Unidos e de todas as dificuldades e problemas, conseguiu mostrar como é possível tratar os seres humanos sob outros postulados diferentes dos capitalistas, mantendo os direitos sociais como acesso universal e de extrema qualidade. Justamente por isso, Cuba se tornou a maior referência médica do mundo. E, coerentemente, como internacionalistas comunistas, formam médicos de todo o mundo, inclusive vários brasileiros, bem como exportam médicos para construir uma nova concepção de medicina como um direito à toda população, com a saúde sendo tratada como necessidade básica e não como mercadoria e descaso.
Dessa forma, os trabalhadores da Flaskô se posicionam favoravelmente às vindas dos médicos cubanos, mesmo compreendendo todos os limites do programa federal “Mais Médicos”. Há inúmeros problemas estruturais que precisam ser resolvidos. Sozinhos não conseguirão mudar a questão central da saúde pública no Brasil. No entanto, os médicos cubanos, com sua forma diferenciada de atuar, humanitária e extremamente séria e atenciosa, já conquistou o povo brasileiro. Não é diferente em Sumaré!
Por isso, vimos por meio dessa atividade, saudar os médicos cubanos que estão em Sumaré, sendo que esta atividade foi um primeiro encontro entre camaradas, para nos conhecermos mais, nos colocando, enquanto uma experiência que luta pelo socialismo, à disposição dessa unidade para a construção de uma nova sociedade, abrindo a fábrica ocupada Flaskô para a solidariedade internacional.
Viva os médicos cubanos! Viva uma medicina humanitária!
Viva a solidariedade internacional da classe trabalhadora!
Viva a luta da Fábrica Ocupada Flaskô!