A greve nas universidade federais cresce a cada dia e tem chamado a atenção para os problemas que afetam os professores, funcionários, estudantes e a educação superior pública do Brasil, apesar da censura imposta pelos grande meios de comunicação. Porém, feito um tubarão – que identifica o sangue na água mesmo a quilômetros de distância – bastou um confronto com a polícia, para que a mídia divulgasse “a baderna” promovida pelos estudantes da Universidade Federal do Estado de SP (UNIFESP), na tentativa de justificar a violenta repressão que se abateu sobre o movimento estudantil.
A greve nas universidade federais cresce a cada dia e tem chamado a atenção para os problemas que afetam os professores, funcionários, estudantes e a educação superior pública do Brasil, apesar da censura imposta pelos grande meios de comunicação. Porém, feito um tubarão – que identifica o sangue na água mesmo a quilômetros de distância – bastou um confronto com a polícia, para que a mídia divulgasse “a baderna” promovida pelos estudantes da Universidade Federal do Estado de SP (UNIFESP), na tentativa de justificar a violenta repressão que se abateu sobre o movimento estudantil.
Em greve há mais de 70 dias, o campus foi invadido pela Polícia Militar que pretendia dispersar uma manifestação e a ocupação do prédio da Diretoria Acadêmica. A intromissão da PM nos assuntos que dizem respeito apenas à comunidade universitária nos lembra a barbárie dos tempos da Ditadura Militar. Ano passado, atos repressivos semelhantes ocorreram na USP, contra os estudantes que estavam, exatamente, combatendo o convênio firmado entre a Reitoria (do REItor Rodas) e a própria PM.
Como se não bastassem as bombas de gás, as balas de borracha e os cassetetes (que feriram uma aluna na perna), a polícia prendeu mais de 20 estudantes, que tiveram que passar a noite de quinta (14/06) na carceragem da Superintendência da Polícia Federal e ficaram detidos durante 24 horas, até que um alvará de soltura foi emitido antes que eles fossem obrigados a passar o final de semana na cadeia.
Apesar de livres, os estudantes foram indiciados por crimes de danos ao patrimônio público, constrangimento ilegal e formação de quadrilha e, para piorar, dentre os 25 estudantes presos e indiciados, 14 deles já haviam sido detidos na PF no dia 6, quando aconteceu a reintegração de posse do campus da universidade. À época, eles assinaram um termo por desobediência a uma ordem judicial e foram liberados.
A Reitoria da UNIFESP disse que não chamou a polícia e que vai abrir uma sindicância para apurar as responsabilidades pelo confronto, mas, na verdade, isso é mera formalidade para a universidade tentar se eximir de sua parcela de culpa. Até mesmo a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis emitiu uma nota manifestando “veemente repúdio à opção de tratar as questões universitárias, por mais complexas e controversas, por meio da violência”.
Mas, se realmente a Reitoria não autorizou a entrada da PM, então deveria se empenhar para livrar os estudantes do indiciamento, responsabilizar a PM e o governo do estado pela repressão e buscar junto ao governo Dilma uma solução positiva para as reivindicações da comunidade acadêmica.
Divulgamos abaixo a nota de repúdio da Pró-Reitoria à violência
Nota pública da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis
Frente à ação policial ocorrida no campus Guarulhos da Unifesp no dia 14 de junho de 2012, a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) manifesta a toda comunidade acadêmica e a toda sociedade o veemente repúdio à opção de tratar as questões universitárias, por mais complexas e controversas, por meio da violência.
Ressaltamos que são valores da PRAE o compromisso com a democracia e o respeito à diversidade intelectual, cultural, social e política.
Luiz Leduino de Salles Neto
Docente do Instituto de Ciência e Tecnologia da UNIFESP – campus São José dos Campos
Pró-reitor de Assuntos Estudantis
São Paulo, 15 de junho de 2012.