A Univille anunciou, no dia 26 de janeiro, que pretende iniciar o ano letivo de 2021 em 1° de março na graduação e pós-graduação. No Colégio, o retorno se dá já em fevereiro, assim como na rede pública. Preparando o criminoso retorno, a universidade começou a encaminhar, na última terça-feira, 10/02, um formulário para que os alunos indiquem se são do grupo de risco e se utilizam o transporte coletivo, como uma pesquisa para saber quem voltará ao presencial com a suposta “segurança”. Contudo, como já está amplamente comprovado com os retornos em outras localidades, assim como falávamos durante 2020, não existe qualquer protocolo sanitário eficaz para o regresso às escolas e universidades.
Dessa forma, não bastaram os exemplos pelo Brasil, como em Manaus e Campinas, para demonstrar a falência destas medidas. A prefeitura de Joinville, agora dirigida pelo empresário Adriano Silva, do partido Novo, impõe o esperado: o retorno às aulas presenciais. Com tudo isso, fica evidente que as vidas dos trabalhadores da Educação e dos estudantes não importam para os governos, nem para as escolas e universidades privadas, como a Univille.
Porém, isso só é permitido pela completa inoperância das direções sindicais, como o Sinsej e o Sinpronorte (no caso da Univille), que evitam organizar e convocar uma greve geral dos professores, sendo cúmplices das contaminações e possíveis mortes geradas pelo retorno presencial. A ausência de mobilização do movimento estudantil também é um grande problema, especialmente do DCE da Univille, que há tempos possui uma direção que não passa de mero auxiliar da reitoria da universidade. Ano passado, quando a Univille tentou impor o retorno no segundo semestre, foi o Centro Acadêmico Livre de História Eunaldo Verdi e os estudantes de licenciatura em geral que pressionaram as coordenações e a reitoria, evitando o retorno. Mas o DCE calou-se e hoje, após ajudar a eleger seu ex-presidente como vereador na cidade, continua sendo uma barreira para a organização estudantil na Univille.
Como resultado dessa política de morte que os governos burgueses vêm realizando durante a pandemia e da paralisia da entidades representativas, tivemos em Joinville, em menos de uma semana de retorno, a primeira escola afetada por um surto de Covid-19, onde a diretora e demais servidores foram contaminados. Infelizmente, sabemos que esta não será a única escola caso não consigamos revogar o retorno presencial aos ambientes escolares neste momento.
Por isso é fundamental que a campanha Volta às Aulas Presenciais Só Com Vacinas para Todos! seja amplamente construída. Não se trata de uma reivindicação irrealizável para este semestre. Como vemos na declaração da pesquisadora da Fiocruz, Margareth Dalcolmo, em 15/01, “se quiser, o Brasil vacina 5 milhões de pessoas por dia” caso tenha vontade e “decisão política” para tal.
Porém, como também sabemos, não serão o governo Bolsonaro, nem o governo Moisés em Santa Catarina, nem a prefeitura do Novo em Joinville que realizarão a vacinação a todos. É preciso organização e luta, mobilizando trabalhadores, estudantes e todas as comunidades em torno das universidades e escolas, paralisando e fazendo greves, exigindo a verdadeira segurança para nosso retorno, que é a vacinação!
Na Univille, assim como nas demais universidades e escolas municipais e estaduais, precisamos colocar nas ruas e nas redes sociais essa campanha para salvar as vidas da contaminação. Não somos experimentos para governos, escolas e universidades privadas testarem seus protocolos!
Exigimos:
- Aula presencial só com vacina para todos;
- Direito ao isolamento social para todos os trabalhadores em educação e a todos os estudantes;
- Direito à educação remota com acesso à internet, computadores e todas as condições necessárias, inclusive de reforço escolar digital individual.
Junte-se à Liberdade e Luta e à Esquerda Marxista!